Foto – Paulo Stuckert
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou, nesta quinta-feira, 5, que o acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE) é “inaceitável do jeito que está.” Trata-se de um projeto que busca reduzir as taxas alfandegárias entre os blocos, o que poderia gerar um mercado comum de mais 700 milhões de consumidores e que beneficiaria o agronegócio brasileiro.
Durante análise no Jornal da Oeste, o comentarista e colunista Adalberto Piotto disse que o posicionamento de Macron poderia gerar um impasse no acordo. Nesta sexta-feira, 6, a cúpula do Mercosul vai se reunir com a presidência da UE, em Montevidéu (Uruguai), para dar andamento nas negociações.
“Com essa posição de Macron completamente contrária, e todo o barulho que eles criaram em relação à carne brasileira, é difícil imaginar o que de fato vai acontecer”, afirmou Piotto. “E se o acordo, mesmo assinado, vai ter sua implementação do ponto de vista prático.”
A chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a linha de chegada do acordo está próxima, ou seja, perto de uma conclusão.
“O Brasil tem eficiência, por isso que ele tem um agronegócio competente”, disse o analista. “Isso se chama competência, eficiência e inovação. Tudo isso o Brasil fez e fez muito bem a lição de casa, o que espanta o mundo. Mas estamos no jogo, e quem joga, joga para ganhar.”
Macron, Carrefour e a produção de carne brasileira que não para de crescer
O protecionismo francês de Macron se junta às declarações de Alexandre Bompard, CEO do Carrefour, que recentemente criticou a produção de carne da América do Sul. Na ocasião, o executivo disse que o produto brasileiro não atende às exigências e normas sanitárias da França, e que deixaria de comprar o produto sul-americano para abastecer o mercado francês.
Com a afronta, frigoríficos brasileiros ameaçaram desabastecer as unidades do Carrefour no Brasil. Dias depois, Bompard se desculpou.
Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística anunciou que a produção da proteína animal cresceu no país. A carne bovina, por exemplo, saltou 14,7%, enquanto o frango e o suíno registraram alta de 4,8% e 2,1%, respectivamente.