Deputado federal Evair Vieira de Melo sugere má administração e quer parecer sobre déficit de R$ 2 bi, até setembro, na estatal
O deputado federal Evair Vieira de Melo (PL-ES) protocolou no Tribunal de Contas da União (TCU), na última sexta-feira, 6, uma solicitação que busca esclarecimentos sobre a administração dos Correios. Ele destacou “indícios alarmantes” de má gestão e atos ilícitos na estatal.
Até setembro, os Correios registraram um déficit de R$ 2 bilhões. Se a tendência persistir, o prejuízo pode ultrapassar os R$ 2,1 bilhões de 2015, durante o governo de Dilma Rousseff.
Para mitigar a crise, a estatal adotou medidas como um teto de gastos, de R$ 21,96 bilhões, anunciado em 11 outubro. A empresa adotou, ainda, a suspensão de contratações de pessoal terceirizado por 120 dias.
Outras medidas dos Correios diante da crise
Além disso, os Correios iniciaram uma renegociação de contratos, a fim de reduzir os valores acordados em pelo menos 10%. Estas ações afetam também os contratos de aluguel.
A previsão de receita para 2024 foi ajustada de R$ 22,7 bilhões para R$ 20,1 bilhões — um aumento de 1,5% em relação a 2023.
Fabiano Silva dos Santos, advogado indicado por um grupo de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lidera a atual gestão. Os Correios atribuíram as medidas de austeridade à gestão anterior, de Jair Bolsonaro, e citaram uma herança contábil problemática de 2019 a 2022.
Impactos e ações em andamento
A estatal também mencionou que a política de importações afetou o volume de encomendas, o que teria resultado em uma menor receita. Apesar dos desafios financeiros, a empresa lançou um concurso público para contratar 3.511 funcionários, com salários entre de R$ 2.429,26 e R$ 6.872,48.
As provas não foram canceladas, e até agora, não houve rompimento de contratos nem demissões.
Em 2024, os Correios assumiram uma dívida de R$ 7,6 bilhões para o fundo de pensão dos funcionários, o Postalis, em cobertura de parte do déficit previdenciário. O TCU investiga a desistência da estatal em recorrer de ações trabalhistas, que somam cerca de R$ 1 bilhão.