Estatal acumula rombo de mais de R$ 2 bilhões até setembro de 2024
Com um rombo de mais de R$ 2 bilhões até setembro de 2024, os Correios enfrentam risco de despejo em pelo menos 200 imóveis alugados. A reportagem é do Poder360.
Segundo documento interno de 30 de outubro, 122 imóveis já estão em ações de despejo devido a atrasos no pagamento, com possibilidade de desocupação a partir de 30 de novembro.
Outros 127 contratos vencem até o final do ano, mas as renovações dependem de economias geradas em negociações de outros imóveis.
Entre os locais em risco, estão 206 agências dos Correios, 34 centros de distribuição domiciliar e quatro unidades de tratamento de encomendas e cartas. A estatal tenta redirecionar R$ 1,5 bilhão de um contrato para renovar aluguéis, mas o processo continua em andamento.
Correios em dívida
A empresa acumulava, até outubro, R$ 9,5 milhões em dívidas de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), condomínio e outras pendências judiciais.
Para conter a crise, os Correios decretaram um teto de gastos de R$ 21,96 bilhões, impondo medidas como suspensão de contratações de terceirizados, renegociação de contratos para redução de custos e limitações nas renovações de contratos.
Mesmo com essas ações, a receita projetada para 2024 foi revisada de R$ 22,7 bilhões para R$ 20,1 bilhões, o que resulta em um prejuízo estimado de R$ 1,7 bilhão.
A estatal justificou as medidas como necessárias para evitar insolvência e atribuiu a crise à “herança contábil” da gestão anterior e à queda de receitas depois da implementação da “taxa das blusinhas”, que reduziu o volume de encomendas internacionais.
Apesar da crise, os Correios abriram concurso público com 3.511 vagas e afirmaram que as provas e contratações não serão suspensas.
A estatal destacou que não houve demissões ou rompimento de contratos, mas enfrenta críticas por atribuir o rombo da empresa à gestão anterior, que apresentou lucro em três dos quatro anos do governo de Jair Bolsonaro (PL).