O PSOL está rachado em dois grupos, e o embate entre as alas virou troca de acusações nos bastidores. A ala majoritária, liderada por Guilherme Boulos, defende o apoio ao governo Lula, enquanto a minoritária, encabeçada por Glauber Braga (PSOL-RJ), acusa o partido de se afastar de seus princípios socialistas.
Guilherme Boulos comanda a ala mais forte do PSOL, que conta com sete deputados listados além dele. Seu grupo considera essencial manter a aliança com Lula para enfrentar Jair Bolsonaro (PL) e a direita. No entanto, a ala minoritária reclama da aproximação do grupo de Boulos com o PT, do afastamento de princípios socialistas, da falta de críticas ao governo Lula e da possibilidade de apoiar medidas de austeridade fiscal.
Glauber Braga lidera a ala dissidente, que soma outros quatro parlamentares além dele. Ele e seus aliados afirmam que o PSOL perdeu a independência e está “engolido” pelo governo petista. Glauber, conhecido pelo estilo combativo, já foi descrito como alguém que “perde o controle” em reuniões e enfrenta resistência dentro da própria bancada.
O racha se acirrou após as eleições municipais e a derrota da ala minoritária na convenção do partido. Boulos foi acusado de pressionar por uma federação com o PT e de apoiar medidas de austeridade fiscal. Glauber chegou a discutir sua desfiliação do partido, mas sem adesão significativa de seus aliados.
Enquanto a disputa interna segue exposta ao público, a liderança nacional do PSOL tenta amenizar a crise. A presidente do partido, Paula Coradi, mantém silêncio sobre o conflito, enquanto Talíria Petrone, líder da sigla na Câmara, defende que as tensões são parte do “amadurecimento” da legenda.