Alta do PIB no governo Lula é impulsionada por gasto público insustentável, avalia O Globo

Jornal aponta risco de superaquecimento da economia e deterioração fiscal

Em editorial publicado neste sábado (8), o jornal O Globo analisou o crescimento de 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024 e alertou que o avanço econômico está baseado em “bases movediças”, sustentadas por uma política insustentável de gasto público adotada pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Nem tudo é o que parece”, afirma o jornal. “Todo esse avanço está alicerçado em bases movediças. A força propulsora tem sido uma política insustentável de gasto público, que acelera o endividamento, já em patamar altíssimo. Anabolizada, a economia ficou superaquecida e agora precisará girar em ritmo mais lento.”

A publicação destaca que a deterioração fiscal forçou o Banco Central a manter os juros elevados para conter a inflação, que fechou 2024 em 4,83%. O impacto negativo já vem sendo sentido pela população, especialmente desde o último trimestre do ano passado.

Inflação de alimentos e queda na popularidade de Lula

Mesmo com o crescimento do PIB, Lula enfrenta baixa popularidade, um reflexo direto da alta nos preços dos alimentos, que superou a inflação oficial e atingiu 7,69% nos últimos 12 meses. Itens básicos como pó de café, contrafilé e frango registraram aumentos significativos, prejudicando o poder de compra da população.

A situação levanta dúvidas sobre a sustentabilidade do crescimento econômico, uma vez que o governo segue implementando medidas para estimular o consumo, como a liberação do FGTS para quem aderiu ao saque-aniversário, o que injetará R$ 12 bilhões na economia.

“De um lado, o BC eleva os juros para conter o ritmo da atividade econômica e reduzir a inflação”, escreve O Globo. “De outro, o governo afunda o pé no acelerador, para evitar queda maior na aprovação.”

Governo prioriza curto prazo e mantém risco fiscal

A nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais, pasta responsável pelo diálogo com o Congresso, reforça a visão de que o governo Lula está mais focado em resultados imediatos do que na estabilidade econômica. O jornal lembra que, sob a presidência de Gleisi, o PT criticou medidas de ajuste fiscal, classificando-as como “austericídio”.

“É uma pena que o governo não veja o óbvio: o desajuste fiscal continua a ser o maior entrave ao crescimento sustentado. As comemorações pelo resultado do PIB em nada mudam essa realidade. O governo pode se recusar a enxergá-la, mas a queda na popularidade de Lula mostra que, ao que tudo indica, a população já enxergou.”

Com políticas voltadas para impulsionar o consumo e manter a aprovação popular, o governo petista evita enfrentar os problemas fiscais de longo prazo, aumentando o risco de instabilidade econômica no futuro.

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