A Groenlândia realizará uma das votações mais importantes de sua história, nesta terça-feira (11), considerada crucial para o futuro do território do Ártico, alvo de interesse do presidente dos EUA, Donald Trump.
Seus moradores irão decidir esta semana sobre a independência da maior ilha do mundo, que atualmente possui um governo autônomo, mas é controlada pela Dinamarca. Além disso, a ilha decidirá os novos legisladores para o Parlamento, o Inatsisartut, de apenas 31 deputados.
O primeiro-ministro do território, Mute Egede, enviou uma mensagem dura para o presidente americano, nesta segunda-feira (10), na véspera da votação. “Merecemos ser tratados com respeito, e não acho que o presidente dos EUA tenha feito isso recentemente desde que assumiu o cargo”, declarou em entrevista à emissora pública dinamarquesa DR.
Segundo Egede, “as declarações recentes de Trump sobre o Groenlândia significam que as pessoas não querem se aproximar tanto (dos EUA) quanto gostariam no passado”.
O primeiro-ministro reiterou sua mensagem exposta em diversas ocasiões desde o início das novas manifestações do presidente americano sobre o território do Ártico. De acordo com o premiê, a população, estimada em 57 mil pessoas, é a verdadeira detentora do poder de decidir sobre seu próprio futuro.
O primeiro-ministro é um forte apoiador da independência total do país, controlado pela Dinamarca. Ao todo, cinco dos seis partidos que participam da votação são a favor da independência, com algumas divergências sobre esse processo.
Nas últimas décadas, o Ártico se tornou alvo do interesse de diversas potências mundiais, como China, Rússia e EUA, que sob Trump aumentaram a pressão para usufruir da localização estratégica da ilha e de seus recursos minerais pouco explorados.
A primeira vez que Trump demonstrou interesse no território foi durante o primeiro mandato, em 2019. Na ocasião, ele inaugurou a ideia de “comprar” a Groenlândia, algo que voltou a sugerir no segundo mandato, mas que tem recebido desaprovação do país.
Nesta segunda-feira, o líder republicano voltou a declarar em uma mensagem na rede social Truth Social sua intenção de investir na ilha. “Continuaremos a mantê-los seguros, como fazemos desde a Segunda Guerra Mundial. Estamos prontos para investir bilhões de dólares para criar novos empregos e torná-los ricos”, afirmou.