Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores declara que os norte-americanos “há muito tempo intimidam e saqueiam” a região
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, disse nesta 3ª feira (15.abr.2025) que os EUA não são uma referência de como estabelecer relações comerciais na América Latina. Segundo Jian, o governo chinês avalia que o tratamento norte-americano ao longo de séculos foi de “saques” e “intimidações” que transformaram a região em um “vaso sanguíneo cortado”.
“Os Estados Unidos há muito tempo intimidam e saqueiam a América Latina, tornando-a um ‘vaso sanguíneo cortado’. Os Estados Unidos não têm o direito de comentar ou ditar a cooperação entre China e América Latina”, disse o porta-voz do governo chinês.
A declaração foi resposta a uma fala do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que afirmou que alguns investimentos chineses no continente sul-americano são “gananciosos” e que a China adquiriu direitos minerais nesses países, enquanto os colocou em dívida.
“A China sempre foi um integrante importante do Sul Global e sempre se comprometeu a promover a unidade e a revitalização do Sul Global. A cooperação econômica e comercial da China com diversos países, incluindo os do Sul Global, baseia-se em regras internacionais e leis de mercado. Suas características essenciais são vantagens complementares, benefício mútuo e resultados vantajosos para todos”, disse Jian.
Essa é a 2ª vez em 2 dias que o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China critica a relação entre os EUA e a América Latina. Em conversa com jornalistas na 2ª feira (14.abr), Jian declarou que os norte-americanos tratam a região como o seu “quintal”.
As disputas sobre o modelo de tratamento aos países sul-americanos se dão em um contexto de guerra comercial entre os EUA e a China.
Depois que o presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano), deu início a uma série de taxações a parceiros comerciais que impactam mais diretamente os chineses, Pequim busca apoio entre os demais países para atrair mais aliados.
Crédito Poder360