Julgamento do suposto golpe: Ter preferência política não é crime, diz defesa de Marília Alencar

Advogado Eugênio Aragão defende que a delegada exerceu suas funções e colaborou com as autoridades

O advogado Eugênio Aragão, que representa a defesa da delegada da PF (Polícia Federal) e ex-subsecretária de Inteligência da SSP (Secretaria de Segurança Pública) Marília Ferreira de Alencar, disse ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta 3ª feira (22.abr.2025) que “ter preferência política não é crime. Crime é o que se faz com a sua preferência política”.

Durante a sustentação oral, o advogado defendeu que os posicionamentos pessoais da delegada nunca interferiram em suas atribuições e que Marília apenas cumpria as funções do cargo.

Aragão, que foi membro do Ministério Público até 2017 e ministro da Justiça no governo de Dilma Rousseff (PT) em 2016, disse que sempre admirou o trabalho da delegada. Ainda, que apesar das críticas que recebeu dela ao assumir o órgão, convenceu-se “da sua inocência”.

Marília Alencar é acusada de ter elaborado um relatório a pedido da PRF (Polícia Rodoviária Federal) com informações que teriam auxiliado a montar blitzes para impedir que eleitores do então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegassem às urnas no 2º turno das eleições de 2022, conforme relatório do PF

Segundo o advogado, a delegada não tinha a intenção de impedir o voto, “mas identificar áreas de possível confronto entre bolsonaristas e partidários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é a função dela como diretora de inteligência dentro do Ministério da Justiça: apontar riscos e olhar para frente”.

No plenário, a defesa alegou que não teve acesso ao pen drive com o documento. Também alegou que a informação sobre o documento vem de um policial militar do baixo escalão, que declarou aos investigadores que Marília não encaminhou o boletim ao então diretor da PRF, Silvinei Vasques, mas ao ministro da Justiça, e que os 2 não se conheciam.

Durante o 8 de Janeiro, Marília era subsecretária da SSP-DF, que estava sob o comando de Anderson Torres. O órgão foi acusado de “omissão” durante os ataques aos edifícios dos Três Poderes.

Para defender a atuação da delegada, afirmou que o próprio interventor federal, Paulo Capelli, disse em relatório que Marília desenvolveu atividades para auxiliar as agências de inteligência das Forças de Segurança a produzir conhecimento e assessorá-las no caso de manifestações em Brasília.

A delegada da PF foi a única mulher denunciada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, em 18 de fevereiro, junto a mais 33 pessoas, no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado logo depois das eleições presidenciais de 2022.

Crédito Poder360

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