Motta dá bronca em líderes por interferência do STF

Presidente da Câmara reclamou do ofício do ministro Cristiano Zanin sobre o caso Ramagem, enviado depois de provocação do PT

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deu uma bronca nos líderes na reunião realizada na manhã desta 4ª feira (30.abr.2025). O motivo foi o envio de ofícios ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelos deputados, que motivam “interferência” do Judiciário. 

Deputados disseram que sentiram em Motta uma “firmeza poucas vezes sentida”. O presidente se referiu especificamente ao ofício enviado pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), pedindo que o STF se manifestasse sobre o recurso que suspende a ação contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), acusado de tentativa de golpe de Estado.

A provocação do petista foi respondida com um ofício do ministro do Supremo Cristiano Zanin, dizendo que a Câmara dos Deputados não poderia suspender a ação contra Ramagem em sua integralidade. 

De acordo com o ministro, a suspensão só poderia valer para supostos atos cometidos por Ramagem depois da posse como deputado, o que não é o caso da denúncia que o tornou réu. Segundo Zanin, a alegada trama golpista ocorreu antes da posse e, por isso, o parlamentar deve continuar respondendo no processo.

O ofício irritou Motta, que considerou a manifestação uma interferência do Judiciário no Legislativo. A insatisfação foi demonstrada na reunião desta 4ª (30.abr). 

“Ele reclamou de ações de alguns partidos que estavam acionando o Supremo Tribunal Federal para tomar uma posição, quando na verdade há reclamação de que o Supremo interfere, mas a maioria das interferências se faz por uma ingerência de um partido político”, disse o líder da Oposição, Luciano Zucco (PL-RS), a jornalistas.

Motta teria criticado diretamente o PT pela provocação do STF no caso de Ramagem. Lindbergh confirmou que Motta falou para os líderes pararem de recorrer ao Supremo, mas o petista insistiu que o partido precisava acionar a Corte por causa da “gravidade” do recurso.

“Nesse caso, a gente recorreu e eu vou manter essa tese porque é um caso muito grave. Continuo achando que fiz de forma correta”, disse Lindbergh a jornalistas. 

Na CCJ, Lindbergh pediu vista (mais tempo para analisar) do relatório do deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL). O parecer, além de pedir para suspender a ação contra Ramagem, estende a anulação aos demais investigados, entre eles, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Crédito Poder360

compartilhe
Facebook
Twitter
LinkedIn
Reddit

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *