Medida afeta NPR, PBS e outras redes financiadas pelo governo, e amplia embate com imprensa e instituições acadêmicas
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto nesta quinta-feira, 1º de maio, que determina o fim do financiamento federal direto à National Public Radio (NPR) e à Public Broadcasting Service (PBS)
O documento instrui a Corporação de Radiodifusão Pública (CPB) a interromper repasses às emissoras, acusadas pelo republicano de atuarem com viés político.
A ordem executiva determina que o conselho da CPB suspenda todos os repasses na medida “máxima permitida por lei” e se recuse a fornecer novos recursos. Segundo o governo, os veículos têm posição partidária e tendenciosa e, por isso, não devem mais contar com dinheiro público.
A decisão faz parte de uma série de ações da Casa Branca voltadas a cortar gastos e minar instituições vistas como opositoras. Desde o início do novo mandato, Trump tem acusado veículos de comunicação e universidades de propagarem agendas ideológicas.
O presidente, por exemplo, rotulou Harvard e Columbia como centros de doutrinação marxista.
Além das críticas à mídia, o governo também tentou fechar outras redes internacionais mantidas com recursos públicos, como a Voz da América e a Rádio Ásia Livre. Em abril, um juiz federal suspendeu essas ações, afirmando que o Executivo extrapolava suas competências.
ONG critica Trump e cita suposto risco à liberdade de imprensa
Em contrapartida, a ONG Repórteres Sem Fronteiras emitiu um alerta sobre o que classificou como uma “deterioração alarmante da liberdade de imprensa” nos EUA.
O decreto de Trump, segundo defensores dos direitos humanos, amplia o cerco contra vozes críticas e fortalece o uso político do Orçamento Público.
Ao mesmo tempo, o governo também tenta ampliar o corte de verbas com um pedido formal ao Congresso para cancelar US$ 1,1 bilhão em recursos da CPB — o equivalente a dois anos de financiamento. A corporação, criada em 1967, apoia mais de 1,5 mil rádios e TVs públicas espalhadas pelo país.
Como resultado, depois da assinatura do decreto, a CPB entrou com um processo contra a Casa Branca. A ação judicial questiona a tentativa de Trump de destituir três dos cinco membros do conselho da corporação, o que foi interpretado como retaliação política.
Com mais de 900 funcionários, a NPR opera uma extensa rede de rádios locais. A PBS, que também mantém centenas de emissoras, empregava mais de 550 pessoas até o fim de 2022.
Ambas argumentam que os cortes podem comprometer a oferta de informações confiáveis, sobretudo em momentos de crise nacional.
Crédito Revista Oeste