Ministro do STF viu indícios de ‘obstrução de investigação de infração penal’ em caso de Mauro Cid.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu cinco dias à Polícia Federal (PF) para realizar oitivas com Fabio Wajngarten, ex-Secom, e Paulo Costa Bueno, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, por suposta obstrução no caso do suposto golpe delatado por Mauro Cid.
Publicada nesta quarta-feira, 25, a decisão foi proferida no âmbito de um inquérito aberto por Moraes. O juiz do STF expediu a ordem depois de receber um material entregue pela defesa do tenente-coronel.
De acordo com o conteúdo enviado ao Tribunal, “o advogado Luiz Eduardo Kuntz (da defesa do réu Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro) procurou insistentemente a filha menor de Mauro Cid, que tem apenas 14 anos”. “Essas insistências se deram por mensagens trocadas por WhatsApp”, informou Moraes, na peça. “Kuntz não foi apenas um dos advogados que procurou a filha menor de idade de Mauro Cid: outro advogado que também atua — ou atuava — na defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, igualmente, fez intensa tentativa de falar com a família e com Mauro Cid.”
Adiante, Moraes afirma ainda que, “não bastassem as várias investidas sobre a filha e esposa de Mauro Cid, a defesa dos corréus investiu também sobre sua mãe, Agnes Barbosa Cid, quando em eventos realizados na Hípica de São Paulo; Kuntz, uma vez acompanhado pelo doutor Paulo Costa Bueno, cercaram-na no sentido de demover a defesa então constituída por Mauro Cid”. Dessa forma, o magistrado falou em indícios de “obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa”.
Defesa de Mauro Cid contra-ataca
Dentro de alguns dias, os advogados de Cid enviarão ao STF um relatório para rebater a tese segundo a qual o militar descumpriu ordens judiciais e mentiu perante Moraes.
A defesa do militar sustenta que o perfil atribuído à mulher de Cid, mas que estaria sendo controlado por ele, teve acessos de Copenhague, na Dinamarca.
Dados enviados pela Meta ao STF mostram que a conta foi criada com o e-mail de Cid e o telefone dele.
Mensagens divulgadas por Kuntz mostram que o advogado e Cid conversaram. Por isso, o tenente-coronel mentiu durante depoimento no STF, além de ter violado termos da colaboração premiada que firmou.
Crédito Revista Oeste