Lula assume liderança do Mercosul

Presidente do Brasil ficará no cargo por seis meses

Na manhã desta quinta-feira, 3, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou no Mercosul. Ele será o líder do bloco por seis meses. A prioridade declarada é concluir o acordo de livre comércio com a União Europeia, cuja negociação se arrasta há mais de 20 anos.

Na cerimônia oficial, Lula foi recebido pelo presidente argentino Javier Milei, anfitrião do evento. O Mercosul, formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, adota o rodízio semestral na presidência do bloco. A Bolívia encontra-se na etapa final para integrar oficialmente o grupo

Lula manda indireta para Trump em discurso no Mercosu

Assumindo o bloco, Lula direcionou críticas indiretas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao mencionar as “guerras comerciais” no cenário internacional. Para o presidente brasileiro, o Mercosul representa estabilidade frente à instabilidade global.

“Quando o mundo se mostra instável e ameaçador, é natural buscar refúgio onde nos sentimos seguros”, disse. “Para o Brasil, o Mercosul é esse lugar. […] Nossa tarifa externa comum nos blinda contra guerras comerciais alheias.”

O petista ainda disse que o Mercosul, há três décadas, construiu “bases sólidas” que possibilitaram uma área de livre comércio sustentada por “regras claras e equilibradas”.

Segundo Lula, essa base fortaleceu a imagem dos países do bloco como “parceiros confiáveis” internacionalmente, em linha com discursos anteriores sobre o Brics e a atuação do chamado Sul Global frente ao unilateralismo dos Estados Unidos.

Nova postura do bloco

Lula acrescentou que o Mercosul poderá adotar postura mais multilateral durante sua presidência.

“Enfrentaremos o desafio de resguardar nosso espaço de autonomia em um contexto cada vez mais polarizado”, afirmou Lula. “A presidência brasileira representará uma oportunidade para refletir sobre o lugar que almejamos ocupar no novo tabuleiro global.”

Mesmo sem detalhar metas internacionais específicas, o presidente destacou avanços em acordos, incluindo EFTA e União Europeia, que espera firmar até o término do mandato à frente do bloco.

O acordo com a União Europeia, no entanto, encontra obstáculos, especialmente da França, à qual Lula pediu que o presidente Emmanuel Macron “abra o coração” para aprovar a parceria.

No discurso, Lula também disse que há necessidade de ampliar relações comerciais com países como Canadá, Emirados Árabes Unidos, Panamá e República Dominicana, além de atualizar acordos com Colômbia e Equador. O presidente salientou a importância de intensificar laços com a Ásia, considerada por ele como “centro dinâmico da economia mundial”.

Crédito Revista Oeste

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