Motta adota tom conciliador sobre impasse do IOF

Motta adota tom conciliador e rebate “narrativa” de que o Congresso seria “a favor dos ricos e contra os pobres”. Leia na Gazeta do Povo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), fez um aceno ao governo Lula (PT) na tarde desta sexta-feira (4) após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar uma conciliação sobre o impasse do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

O parlamentar afirmou que a decisão foi uma “vitória do bom senso”, em que “não tivemos derrotados e vencedores”. Em entrevista à CNN Brasil, ele também abordou as críticas e ataques nas redes sociais, que sugerem que o Congresso seria “a favor dos ricos e contra os pobres”.

“Nossa expectativa é construir através do diálogo as saídas para resolver o problema fiscal do governo. Nós temos um respeito muito grande pela equipe econômica”, disse. Em meio a crise, os termos “Hugo Motta traidor” e “Congresso da mamata”, por exemplo, ficaram entre os mais comentados no X.

O deputado disse não guardar mágoa dos ataques de militantes petistas que recebeu nas redes sociais, porém, criticou “ataques um pouco abaixo da cintura”. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE), precisaram defender o presidente da Câmara em meio às críticas.

Ele afirmou que não rompeu com o governo Lula. “O que o país na verdade exige de nós agora não é uma guerra política, não é criar um nós contra eles, não é criar uma polarização social. O que o país precisa neste momento é serenidade”, afirmou.

Motta disse que não tem dificuldade para discutir a taxação dos super-ricos, medida defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ou a redução das emendas parlamentares, um dos principais pontos de conflito entre os Poderes. “Não defendo um Congresso intocável, não defendo emendas parlamentares intocáveis”, disse.

“Sou a favor da justiça tributária”, acrescentou, destacando a necessidade de buscar a responsabilidade fiscal para “atrair o crescimento econômico e a geração de oportunidades que, verdadeiramente, é o maior programa social que nós podemos ter”.

Moraes convocou uma audiência de conciliação sobre o IOF com o Legislativo e o Executivo para o dia 15 de julho. O deputado afirmou que está disposto a discutir a revisão de isenções fiscais que, segundo ele, têm crescido “de maneira muito forte” e devem somar R$ 600 bilhões este ano, o que considera insustentável.

Ele defendeu a construção de medidas estruturantes, “sem penalizar” quem produz e pessoas mais carentes. “O que não pode é termos gambiarras para solucionar algo que já pede há muito tempo um debate mais profundo”, frisou.

“Dizer que esse imposto afeta só as classes mais altas, não é verdade, é uma narrativa que não é verdadeira. Nós temos que ser claros que esse imposto traria um aumento em toda a cadeia, onde todos do mais carente ao mais abastado, do mais pobre ao mais rico, iriam pagar mais pelas operações financeiras que estavam tendo um reajuste na sua alíquota”, ressaltou.

Crédito Gazeta do Povo

compartilhe
Facebook
Twitter
LinkedIn
Reddit

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *