A desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue acima da aprovação de acordo com uma nova rodada da pesquisa AtlasIntel em parceria com a Bloomberg divulgada nesta terça (8).
O resultado negativo ainda é reflexo do escândalo da fraude do INSS descoberto no mês de abril e que o governo tem corrido para devolver os valores desviados dos aposentados e pensionistas. O trabalho, no entanto, vem surtindo efeitos a conta-gotas com uma leve melhora dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais na comparação com o levantamento anterior:
- Desaprovo: 51,8% (ante 53,7% em maio);
- Aprovo: 47,3% (ante 45,4% em maio);
- Não sei: 0,9% (ante 0,7% em maio).
A AtlasIntel ouviu 2.621 pessoas entre os dias 27 e 30 de junho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
O cenário é semelhante quando o governo Lula é avaliado mais detalhadamente, em que a avaliação ruim/péssima teve um leve recuo dentro da margem de erro, assim como a ótimo/bom. Já a regular avançou:
- Ruim/péssimo: 51,2% (ante 52,1% em maio);
- Ótimo/bom: 41,6% (ante 41,9% em maio);
- Regular: 7,2% (ante 6% em maio).
Veja abaixo a evolução das avaliações do governo Lula desde janeiro de 2024:

De acordo com a AtlasIntel, a desaprovação a Lula é, principalmente, de mulheres (52,5%), dos 16 aos 44 anos, com ensino médio completo, com renda familiar até R$ 3 mil, entre evangélicos e de moradores das regiões Sul, Sudeste, Norte e Centro-Oeste.
A própria rejeição à imagem de Lula também supera a aprovação, de 53% contra 47%, segundo a pesquisa. Houve uma leve melhora na comparação com maio, mas ainda dentro da margem de erro: 54% a 45%, respectivamente.
Para eles, Lula vem falhando em questões como a carga tributária, a segurança pública, a Justiça e combate à corrupção, políticas de meio ambiente, educação e agricultura, na comparação com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Problemas e preocupações
Os entrevistados pela AtlasIntel afirmam que Lula segue errando em questões que geraram graves crises de imagem, como a “taxa das blusinhas” – o imposto para compras no exterior até US$ 50 –; o aumento do IOF por decreto, que levou a um embate entre o governo e o Congresso e que foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF); e a tentativa de fiscalizar as operações via PIX, no começo do ano.
Outros problemas foram apontados como preocupantes pelos entrevistados:
- Corrupção: 58,1%;
- Criminalidade e tráfico de drogas: 46,8%;
- Economia e inflação: 28%;
- Enfraquecimento da democracia: 19,9%;
- Extremismo e polarização política: 19,8%.
Apesar dessas preocupações, o brasileiro começou a se mostrar mais otimista com o avanço da economia neste ano, sinalizando levemente acima da margem de erro que pretende fazer mais compras de bens duráveis neste ano:
- Menos compras: 42,3% (ante 44,4% em maio);
- Mais compras: 30,7% (ante 28,6% em maio);
- Nem mais, nem menos: 23,6% (antes 23,9% em maio);
- Não sei: 3,4% (ante 3,1% em maio).