Ministro teve novo entrevero com o advogado Jeffrey Chiquini, da defesa de Filipe Martins.
Nesta quarta-feira, 16, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), cassou a palavra de Jeffrey Chiquini, da defesa de Filipe Martins.
Tudo começou depois de Chiquini interpelar o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, durante audiência do núcleo 2 da ação penal que trata de uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Conforme Moraes, Chiquini estava “interrogando” Dias, em vez de fazer perguntas a respeito de fatos. Entre outras interpelações, o advogado perguntou questões referentes a efetivo e planos de segurança do governo, durante o 8 de janeiro. Para Moraes, o tema já estava superado, em virtude das perguntas. Por isso, pulou as questões.
O ápice se deu quando Chiquini mencionou imagens da manifestação, em alusão às câmeras do Ministério da Justiça, que não as disponibilizou à época da Comissão Parlamentar de Inquérito do 8 de Janeiro.
“O senhor desapareceu com as imagens, doutor?”, respondeu Moraes, visivelmente irritado. “Eu não sou autoridade pública, logo não tenho qualquer responsabilidade sobre a guarda”, rebateu Chiquini. “O senhor está acusando alguém que tenha desaparecido?”, insistiu o ministro do STF. “Falei de forma genérica e não cheguei nessa pergunta”, encerrou o advogado.
Moraes já repreendeu Jeffrey Chiquini
Há dois dias, Moraes repreendeu Chiquini no STF. O magistrdo subiu o tom com o advogado na apresentação de questões de ordem, que ocorre habitualmente antes de as testemunhas falarem.
Uma questão de ordem no STF se refere a uma dúvida ou controvérsia levantada no processo.
“Enquanto eu falo, o senhor fica quieto”, disse o juiz do STF no momento no qual o advogado tentava rebater falas do ministro. Em outro momento, Moraes afirmou que Chiquini “deveria ter prestado concurso para o Ministério Público”, depois de o advogado questionar o fato de Martins não ter sido incluído no primeiro núcleo da denúncia.