Ex-assessor Filipe Martins ficou seis meses na cadeia em virtude da suposta ida a Orlando, na Flórida.
O cônsul-geral do Brasil em Tóquio, embaixador André Chermont de Lima, afirmou que Filipe Martins, ex-assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, não viajou a Orlando, nos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022.
Lima, que era chefe de cerimonial durante o governo Jair Bolsonaro, prestou depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira, 21, na ação penal que trata da suposta tentativa de golpe de Estado. O STF ouve testemunhas dos núcleos 2 e 3.
Na delação premiada que firmou com o STF, o tenente-coronel Mauro Cid disse que Martins embarcou para os EUA com uma comitiva do então presidente Jair Bolsonaro. Tudo faria parte da trama de “ruptura institucional”. Em virtude do suposto compromisso, Martins ficou preso durante seis meses.
De acordo com o diplomata, o nome de Martins apareceu, inicialmente, na lista preliminar de integrantes da comitiva. No entanto, acabou removido da relação oficial daqueles que acompanharam Bolsonaro.
Testemunha de defesa de Filipe Martins detalha questões de segurança
Conforme o diplomata, o processo de embarque de autoridades para outros países é “extremamente rígido” e passa por vistoria da PF.
“Não teria como Martins embarcar com o passaporte vencido”, disse Lima, ao mencionar que o ex-assessor não estava com as pessoas que entraram no avião com Bolsonaro. “Mas, se isso ocorresse, quando a pessoa desembarcasse no país, seria imediatamente recusada.”
Lima acompanhou o processo, pessoalmente, no dia.
Além disso, conforme o embaixador, Martins não era “esperado” nos EUA.
Provas
A defesa de Martins tem evidências que corroboram o testemunho do diplomata.
Os advogados juntaram aos autos comprovantes da Uber, bilhetes de passagens aéreas e até extratos do cartão de crédito.