Líder opositora reporta mais de 20 desaparecidos e presos em 72 horas enquanto defende pressão da administração Trump
A líder opositora da Venezuela María Corina Machado denunciou nesta terça-feira que o regime chavista realizou uma “brutal onda de repressão” durante os últimos três dias, quando detiveram mais de vinte pessoas.
“Alerta mundial. O regime de (Nicolás) Maduro desata brutal onda de repressão na Venezuela: mais de 20 desaparecidos e presos em 72 horas. A justiça internacional tem a obrigação de responsabilizar os perpetradores”, manifestou através de seu perfil na rede social X.
Nova onda repressiva durante troca de prisioneiros
O Comando com Venezuela denunciou que a “nova onda repressiva”, que inclui dirigentes opositores assim como testemunhas de mesa do processo eleitoral de 28 de julho de 2024, ocorreu ao mesmo tempo que Caracas e Washington trocaram um grupo de presos, no marco de um acordo com o Governo de El Salvador, que incluiu a libertação de presos venezuelanos.
“Apesar de que os números de libertações anunciados por porta-vozes oficiais do regime era de 80 pessoas, até hoje não se tem confirmação de que esse número tenha se concretizado. Mais grave ainda, até o momento, apenas uma mulher foi libertada e não liberaram nenhum menor de idade”, assegurou.
Troca caracterizada como “intercâmbio de prisioneiros de guerra”
A líder opositora venezuelana María Corina Machado qualificou o retorno ao seu país de mais de 8.000 nacionais como um “intercâmbio de prisioneiros de guerra” no marco do qual acusou o presidente do país, Nicolás Maduro, de “utilizar os cidadãos como sequestrados para extorquir”.
“Isto é um intercâmbio de prisioneiros de guerra. Maduro utilizou os cidadãos como sequestrados para extorquir, para chantagear”, afirmou em uma entrevista com a rede Fox na qual indicou que “o que pretendia obter por parte da Administração Trump eram benefícios econômicos, dinheiro, reconhecimento e legitimidade e não obteve nada disso“.
Machado defende pressão de Trump
Machado defendeu desta forma que “a posição de força que estabeleceu o presidente (dos Estados Unidos, Donald) Trump e o secretário de Estado, Marco Rubio, sim funciona”, já que, segundo ela, “Maduro é o chefe de uma estrutura criminal, do cartel de Los Soles pelo qual se tramita quase 70% das drogas que se produzem na Colômbia através da Venezuela e do Trem de Água, que é uma estrutura que desestabilizou toda a região”.
Neste sentido, a opositora defendeu a postura de Washington de “isolar financeiramente” o Governo venezuelano, ao mesmo tempo que pediu aos demais países “fazer cumprir as sanções secundárias (…) para que Maduro termine de entender, e aqueles militares que hoje o sustentam, que este é um sistema inviável”.
Transição democrática como única saída
Machado quis também “deixar muito claro a Maduro e seu regime que a única maneira de avançar é através de uma transição à democracia e isso é o único que está disposto a negociar e discutir o governo dos Estados Unidos”.
Desta forma, argumentou que a relação entre os esforços da oposição venezuelana por “conseguir uma transição” e a pressão das autoridades americanas contra o Governo de Maduro “é uma situação ganha-ganha“, já que, apontou, favoreceria o país norte-americano fazendo com que seja “mais seguro, mais forte, mais próspero“.