Boulos pede que PF demita Eduardo Bolsonaro do cargo de escrivão

Boulos afirma que conduta de Eduardo, alvo do STF, também caracteriza infração disciplinar e pode ser punida com demissão da PF.

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) apresentou nesta segunda-feira (28) uma representação à Polícia Federal solicitando a demissão do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) do cargo de escrivão. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se afastou da função para exercer o mandato parlamentar.

Boulos argumentou que os crimes pelos quais Eduardo é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) também são crimes contra a administração pública, portanto “caracterizam infração disciplinar” prevista na lei que rege os servidores públicos federais. O pedido para abertura de um processo administrativo disciplinar (PAD) foi encaminhado ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.

O parlamentar licenciado, que mora nos Estados Unidos desde fevereiro, condicionou uma possível resolução do tarifaço imposto pelo presidente americano, Donald Trump, contra o Brasil à aprovação de uma anistia “ampla, geral e irrestrita” aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

Caso a proposta seja aprovada pelo Congresso, Bolsonaro poderá ser beneficiado, pois é réu por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, investigação vinculada à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes. Além da taxação de 50% sobre produtos brasileiros, o governo Trump também determinou sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos envolvendo o ex-mandatário, e outros ministros do STF.

“Ademais, as taxas e tarifas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil, em razão das atitudes ilícitas praticadas pelo servidor público Eduardo Nantes Bolsonaro acarretam evidente lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional, caracterizando a infração disciplinar prevista no art. 132, X da Lei Federal nº 8.112/1990”, disse Boulos na representação.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou que a “tentativa de submeter o funcionamento” da Corte “ao crivo de outro Estado caracteriza atentado à soberania nacional”. Eduardo e Bolsonaro são investigados por suposta coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

O deputado do PSOL pede a instauração de PAD para investigação e punição com a pena de demissão do escrivão de polícia Eduardo Nantes Bolsonaro, pelo “cometimento de crimes contra a administração pública”, com “evidente lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional em razão das as taxas e tarifas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil, e ainda praticados por servidor público para lograr proveito de outrem (Jair Messias Bolsonaro), em detrimento da dignidade da função pública”.

Crédito Gazeta do Povo

compartilhe
Facebook
Twitter
LinkedIn
Reddit

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *