Recurso de Bolsonaro vai à 1ª Turma do STF

Os advogados do ex-presidente alegam ausência de descumprimento das medidas cautelares impostas por Alexandre de Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), vai levar ao plenário da 1ª Turma o recurso do ex-presidente Jair Bolsonaro contra a decisão que impôs sua prisão domiciliar. A análise colegiada é praxe em casos de recursos contra decisões individuais e, segundo auxiliares do magistrado, não haverá exceção neste processo.

O agravo dos advogados de Bolsonaro foi protocolado na noite desta quarta-feira, 6, dois dias depois da ordem de prisão domiciliar. Moraes ordenou a medida por entender que o ex-presidente desrespeitou proibições de uso de redes sociais, inclusive por meio de terceiros, durante manifestações realizadas no último domingo, 3.

O colegiado responsável pela análise, composto de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Luiz Fux, tende a formar maioria para rejeitar o pedido da defesa. Antes disso, a Procuradoria-Geral da República ainda deverá emitir parecer sobre o caso, como prevê o rito processual.

No recurso, os advogados afirmam que não houve violação das medidas cautelares. Eles alegam que a saudação de Bolsonaro aos manifestantes em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, não configura ato criminoso e pedem que Moraes reveja a decisão.

Caso não haja reconsideração, os advogados solicitam que o caso seja julgado com urgência pelo plenário físico da 1ª Turma, conforme previsto no regimento do STF.

Decisão de Moraes com erro de português | Foto: Reprodução

Bolsonaro não pode ser responsabilizado por atos de outros, diz defesa

Os advogados sustentam que Bolsonaro não pode ser responsabilizado por ações de terceiros e criticam a falta de clareza na decisão de Moraes sobre os limites das restrições. “Da mesma forma, avaliar que a saudação naquela manifestação pública será utilizada por partidários que atacam a Suprema Corte é responsabilizá-lo por atos de terceiros.”

A decisão monocrática de Moraes, tomada na última segunda-feira, 4, fundamentou-se no fato de Bolsonaro utilizar perfis de seus filhos e aliados para compartilhar informações que, segundo o ministro, apresentaram “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.

Crédito Revista Oeste

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