Lula diz que governo não ficará “rastejando” pelos EUA após nova crítica de Trump

Petista afirma que governo seguirá tentando negociar com os EUA, mas que irá em busca de novos mercados.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respondeu à nova crítica do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que disse que o Brasil é um péssimo parceiro comercial, durante uma coletiva na Casa Branca na tarde de quinta (14). À noite, em um evento em Pernambuco, o petista afirmou que o Brasil não ficará “chorando” e “rastejando” pelo país norte-americano.

Na fala, Trump voltou a defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no processo que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, dizendo que ele é inocente e que o Brasil tem “algumas leis muito ruins acontecendo”.

“Se os Estados Unidos não quiserem comprar, não vou ficar chorando, rastejando, vou procurar outros países e vamos seguir em frente. Eu aprendi a andar de cabeça erguida. Quero que este país seja respeitado. Se eu respeito o povo americano, ele tem que respeitar o povo brasileiro”, disparou Lula.

O presidente brasileiro seguiu na crítica afirmando que o tarifaço de 50% imposto por Trump aos produtos brasileiros é “uma insensatez” e que Trump não deveria contar “inverdade para o planeta Terra”.

“Ele tem que saber que quem manda nesse país é o povo brasileiro. Tem uns vira-latas que fica falando ‘nossa, como esse Lula está falando bravo’. Não, eu falo igualzinho para Bolívia o que eu falo para os americanos. Eu não sou daqueles que fala fino com os americanos e fala grosso com a Bolívia. Eu trato todo mundo igual”, completou Lula.

A ajuda do governo aos empresários brasileiros afetados pela taxação também foi abordada pelo presidente brasileiro, que defendeu a continuidade da abertura de novos mercados enquanto tenta negociar com os Estados Unidos.

“Nós vamos ajudar as empresas. Não vamos deixar morrerem às mínguas. E também não vamos ficar chorando porque ele parou de comprar, não. Vamos vender para a China, para a Índia, para a Rússia, para a Alemanha, para qualquer lugar. Em apenas dois anos e meio, nós abrimos 400 mercados. Ontem começamos a vender carne e miúdos para as Filipinas, que não compravam nada de nós”, pontuou.

Na véspera, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a citar a possibilidade de novas sanções ao Brasil, e que o tarifaço deveria ser suportado pelos empresários. Para ele, a “liberdade do meu país e a liberdade vem antes da economia”.

Ele citou, ainda, que os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), podem ser alvos de sanções similares à Lei Magnitsky aplicada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Crédito Gazeta do Povo

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