PF diz que Bolsonaro planejou pedir asilo político na Argentina

Documento foi encontrado nas mensagens do celular do ex-presidente

A Polícia Federal (PF) apreendeu, no celular do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), um pedido de asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei. O documento integra o indiciamento do ex-presidente por coação no curso do processo e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Segundo a investigação, Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos, teriam atuado contra integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) durante o julgamento do ex-mandatário no processo da suposta trama de golpe. (Documento no final da matéria).

Durante a análise do material, a PF identificou um arquivo de texto cuja última modificação foi feita em 12 de fevereiro de 2024. A polícia afirmou que o conteúdo revela que Bolsonaro “praticou atos para obter asilo político na Argentina”.

Segundo os investigadores:

“Embora se trate de um único documento em formato editável, sem data e assinatura, seu teor revela que o réu, desde a deflagração da operação Tempus Veritatis [que apura tentativa de golpe de Estado], planejou atos para fugir do país, com o objetivo de impedir a aplicação de lei penal.”

O arquivo foi salvo no celular do ex-presidente em 10 de fevereiro de 2024, dois dias após a operação da PF que apreendeu seu passaporte. No dia 12 de fevereiro, Bolsonaro esteve na embaixada da Hungria no Brasil, onde permaneceu por duas noites, mesma data em que o documento foi modificado pela última vez.

A PF destacou que o arquivo, identificado como Carta JAIR MESSIAS BOLSONARO.docx, possui 33 páginas e, conforme seus metadados, foi salvo no celular de Bolsonaro às 18h28min (UTC-0) do dia 10/02/2024. O relatório da polícia indica:

“O criador e último autor do documento remete ao usuário FERNANDA BOLSONARO. Nesse sentido, é possível que o usuário em questão esteja vinculado à pessoa de FERNANDA ANTUNES FIGUEIRA BOLSONARO, nora do ex-Presidente e esposa do Senador FLAVIO NANTES BOLSONARO.”

O documento traz uma introdução que aponta suposta perseguição política no Brasil:

“De início, devo dizer que sou, em meu país de origem, perseguido por motivos e por delitos essencialmente políticos. No âmbito de tal perseguição, recentemente, fui alvo de diversas medidas cautelares”, afirma o texto.

Crédito Aliados Brasil

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