EUA registram queda histórica da população imigrante no 1º semestre do governo Trump

Os Estados Unidos tiveram uma redução de 1,4 milhão de pessoas na sua população imigrante nos primeiros seis meses do governo de Donald Trump, o que marca a primeira queda nesse indicador desde a década de 1960, segundo revelou nesta quinta-feira (21) um relatório do Pew Research Center, referência em estudos demográficos do país.

O instituto contabilizou 51,9 milhões de imigrantes nos EUA em junho, 2,6% a menos do que o recorde de 53,3 milhões registrado em janeiro, quando começou o segundo mandato de Trump, que implementou 181 ações executivas para restringir a chegada de imigrantes ou deportá-los, segundo o relatório.

Com isso, a proporção de imigrantes na população americana caiu de um recorde histórico de 15,8% em janeiro para 15,4% em junho, detalhou o centro de pesquisa.

Essa redução também implicou a perda de 750 mil trabalhadores, já que a participação de imigrantes na força de trabalho do país caiu de 20% em janeiro para 19% em junho.

A redução de imigrantes é significativa porque é a primeira vez que isso acontece “em mais de meio século”, disse à Agência EFE o diretor de pesquisa sobre raça e etnia do Pew Research Center, Mark López.

“E dados preliminares de julho também sugerem que a queda continuou ainda mais. Por que isso acontece? Há diferentes razões. Primeiro, há menos imigrantes vindo para o país”, explicou López.

A diminuição de imigrantes nos EUA “é parcialmente resultado” das políticas de Trump, afirmou López, que afirmou que “também é natural o vaivém de imigrantes” e que “alguns planejavam deixar o país” antes do início da nova presidência.

Mas também enumerou as medidas do presidente que resultaram em menos travessias da fronteira com o México, no aumento das deportações e no incentivo para que as pessoas deixem o país voluntariamente.

“Portanto, é uma combinação de fatores, mas as políticas do governo estão afetando o número de pessoas que chegam à fronteira sul e isso é algo que está contribuindo para parte da queda”, detalhou.

Os EUA prenderam mais de 352 mil imigrantes ilegais nos primeiros 200 dias do governo Trump e deportaram 324 mil, o que equivaleria a um recorde de 1.620 por dia, segundo informou o Departamento de Segurança Interna (DHS) na semana passada.

O Pew Research Center também estimou que, em 2023, a população ilegal atingiu um recorde de 14 milhões de pessoas, um crescimento que continuou em 2024 e se reverteu em 2025, embora calcule que o nível ainda esteja acima do de dois anos atrás.

O número de imigrantes ilegais no país aumentou em 3,5 milhões de 2021 a 2023, o maior crescimento já registrado para um período de dois anos, destacou o estudo.

A população ilegal “provavelmente começou a diminuir em 2025”, em parte devido ao aumento das deportações e às menores proteções sob o governo Trump, de acordo com a pesquisa, que adverte que ainda é muito cedo para dar novas estimativas concretas de números.

O México continua sendo o principal país de origem de todos os imigrantes, com 11,4 milhões (22% do total), mas essa proporção caiu em relação aos 29% de 2010, acrescentou o estudo.

Embora mais da metade dos imigrantes seja da América Latina, representando 52% do total ou 26,7 milhões de pessoas, o segundo país de origem é a Índia (3,2 milhões – 6% do total), o terceiro é a China (3 milhões – 6%) e o quarto são as Filipinas (2,1 milhões de pessoas – 4%). “Tem havido uma crescente diversificação na origem ou nas fontes da imigração não autorizada. Para a população imigrante em geral nos EUA, esse também tem sido o caso”, destacou López.

Crédito Gazeta do Povo

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