Dura carta enviada por vereador de Bogotá aos EUA pedindo que se investigue o presidente Petro por “apoiar estruturas criminosas”
Julián Uscátegui, do Centro Democrático, enviou comunicação a Marco Rubio e alegou que o presidente apoia a ditadura venezuelana e nega a existência do Cartel dos Sóis.
O vereador de Bogotá pelo Centro Democrático, Julián Uscátegui, enviou uma dura carta ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, para que se investigue um suposto favorecimento do governo do presidente Gustavo Petro a estruturas criminosas na Colômbia e ao regime de Nicolás Maduro na Venezuela.
“De acordo com as informações em meu poder e com as investigações dos meios de comunicação do país, existem fatos que permitem inferir o suposto favorecimento por parte do presidente Gustavo Petro Urrego às estruturas criminosas organizadas que têm vínculos com o Cartel dos Sóis liderado por Nicolás Maduro”, assinala o documento.
Na missiva enviada à Casa Branca, Uscátegui adverte que a política de “Paz Total” não apenas resultou em impunidade para reconhecidos narcotraficantes, mas também fortaleceu grupos armados ilegais que mantêm vínculos com o denominado Cartel dos Sóis.
Segundo o vereador, a administração Petro estaria legitimando estruturas dedicadas ao narcotráfico sob a figura da negociação e da submissão à justiça.
Uscátegui citou vários fatos que, em sua opinião, sustentam a denúncia. Entre eles, o projeto de lei de submissão protocolado em julho passado, que permitiria penas reduzidas a responsáveis por crimes contra a humanidade e narcotráfico; as nomeações de ex-chefes paramilitares e guerrilheiros como “gestores de paz”, incluindo Salvatore Mancuso e “Don Berna”; e a criação de uma zona econômica binacional com a Venezuela que, assegura, poderia se converter em um corredor para o tráfico de drogas.
O vereador também chamou a atenção sobre a redução nas metas de erradicação de cultivos ilícitos e o consequente aumento de hectares de coca, assim como sobre denúncias de contratos estatais que teriam beneficiado o ELN em meio ao escândalo de corrupção da UNGRD.
A isso se soma, como explicou na carta, a falta de resultados nos cessar-fogo pactuados com diferentes organizações armadas, que, apesar dos anúncios, continuaram com abusos contra a população civil.
O vereador criticou, além disso, as declarações recentes de Petro nas quais negou a existência do Cartel dos Sóis. Em sua opinião, trata-se de uma postura oficial que poderia ser interpretada como encobrimento, contrariando relatórios de inteligência que vinculam o regime venezuelano com estruturas do narcotráfico e com o ELN.
“A política de Paz Total não garantiu a reconciliação, mas gerou um preocupante alinhamento com organizações criminosas transnacionais”, assinalou Uscátegui na missiva, na qual pediu às autoridades estadunidenses que avaliem a conduta do presidente colombiano e sua possível relação com redes de narcotráfico na região.
