O Instituto Planejamento Estratégico IBESPE, em parceria com a BR Call, divulgou os resultados de sua pesquisa nacional sobre a avaliação do Governo Federal. O levantamento foi realizado entre os dias 1º e 4 de setembro de 2025, com 1.008 entrevistas em todo o país, estratificadas segundo parâmetros do TSE e do IBGE. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais, para mais ou para menos, com 95% de grau de confiança.
Resultados nacionais
Segundo o estudo, 34,5% avaliam o governo como ótimo ou bom, enquanto 46,9% o classificam como ruim ou péssimo, resultando em saldo negativo de 12,4 pontos percentuais. O IBESPE também apresentou a chamada Tendência de Aprovação do Regular (TAR), índice que mede a propensão de eleitores que classificam o governo como “regular” a migrarem para a aprovação. Nesse cálculo, a soma da aprovação direta com a tendência de aprovação do regular chega a 39,6%. De acordo com o instituto, que acompanha há 20 anos a correlação entre esse índice e o desempenho eleitoral, esse patamar daria ao presidente Lula 36,5% de chances de vitória caso as eleições dependessem apenas desse fator.
O Nordeste aparece como a região de maior aprovação, com 49,9%, enquanto o Centro-Oeste registra a menor, 23,0%. Mulheres seguem mais favoráveis ao governo em relação aos homens, e a aprovação cresce conforme aumenta a idade dos entrevistados, chegando a 40,6% entre os eleitores acima de 60 anos, mesmo com o início da CPMI do INSS. Entre os eleitores com ensino fundamental, a aprovação é de 46,3%. Já os evangélicos apresentam o índice mais baixo, apenas 20,0%, confirmando tendência de resistência ao governo nesse grupo religioso em expansão.
Linha temporal e análise política
Na comparação com junho de 2025, a aprovação subiu levemente, de 34,1% para 34,5%, mas a reprovação avançou de 40,4% para 46,9%. Trata-se da segunda maior desaprovação da série histórica, atrás apenas de março de 2025, quando chegou a 47,0%.
O cientista político Marcelo Di Giuseppe avaliou que os números revelam um cenário desafiador para o governo. “Os números revelam que o Governo Lula mantém uma base sólida, porém limitada, de aprovação. A combinação entre aprovação direta e tendência de aprovação do regular é um termômetro decisivo para o futuro eleitoral, e o índice atual de 39,6% mostra um cenário desafiador. A evolução da reprovação, em especial entre grupos estratégicos como os evangélicos, será um dos fatores centrais para definir o rumo da disputa em 2026”.