Ao ser homenageado na Embaixada do Chile em Brasília, o presidente da Corte afirma que “ninguém é capaz de sustentar a democracia sozinho”
Durante um evento na Embaixada do Chile em Brasília, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que a “democracia no Brasil” só foi possível graças ao trabalho conjunto “da classe política, da sociedade civil e, sobretudo, da imprensa”.
Barroso deu a declaração ao receber a Ordem Bernardo O’Higgins, principal honraria concedida pelo governo chileno a estrangeiros. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, também foi condecorada na cerimônia na noite de terça-feira 16.
“A verdade é que a democracia é um projeto coletivo, é um projeto de autogoverno coletivo, que ninguém é capaz de produzir, sozinha”, declarou o ministro. “Democracia constitucional significa uma moeda com duas faces. De um lado, soberania popular, eleições livres e limpas e governo da maioria. E do outro lado, poder limitado, Estado de Direito e respeito aos direitos fundamentais de todos.”
O presidente do STF disse que esse entendimento é “verdadeiramente a fé racional que nos une à ideologia que aproxima todas as pessoas”, sejam “liberais, progressistas e conservadores”.
“Essas são regras básicas de convivência e de civilidade”, afirmou. “E ninguém é capaz de sustentar a democracia sozinho. O Supremo Tribunal Federal teve um papel importante, mas jamais teria sido possível manter a democracia no Brasil se não tivéssemos tido o apoio de boa parte da classe política, da quase totalidade da imprensa, da quase totalidade da sociedade civil.”
Barroso destaca presença de Tebet
Ainda em seu discurso, Barroso definiu Tebet como um exemplo de “dedicação à vida pública”. O magistrado também aproveitou a ocasião para homenagear o Chile, definindo-o como “um país lindo, de pessoas amenas e agradáveis”.
No fim de seu discurso, o ministro defendeu uma maior aproximação regional: “Vivemos um momento no Brasil com um olhar voltado para a América Latina”. “Muitas vezes ficamos muito tempo de frente para o mar e não de frente para o nosso próprio continente”, concluiu.
Crédito Revista Oeste