Lula associa Trump a autoritarismo, mas não responde sobre relações com Rússia, China e Irã

O petista concedeu entrevista à BBC, na qual criticou o governo dos EUA e a ONU

Em entrevista à emissora BBC publicada nesta quarta-feira, 17, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao afirmar que ele “faz mal à democracia”. Entretanto, ele não respondeu diretamente o relacionamento do Brasil com líderes de países abertamente autoritários, como Rússia, China e Irã.

Durante a conversa, Lula foi questionado sobre se há arrependimento por ter associado Trump ao fascismo. O petista não deu uma resposta objetiva e limitou-se a dizer que comportamento do norte-americano “é muito ruim para a democracia” e “tem apoiado pessoas antidemocráticas no mundo inteiro”.

A jornalista da BBC questionou a relação de Lula como líder da Rússia, Vladimir Putin, e citou a ida do petista a Moscou para o aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial. O presidente brasileiro assumiu ter proximidade com o russo, mas justificou que o relacionamento se dá porque “ele foi presidente outras vezes e eu já fui presidente outras vezes”.

Lula critica ONU, mas não comenta relação com Putin

Ao longo da entrevista, Lula afirmou ter desejo de que a Organização das Nações Unidas (ONU) seja “mais democrática”. Diante disso, a jornalista questionou o interesse do petista na democracia. “Por que não denunciar o autoritarismo entre alguns dos seus aliados?”, abordou. “Rússia, China, Irã são países onde têm sido amplamente documentado que tem havido eleições injustas, eleições não democráticas, e abusos de direitos humanos.”

Novamente, Lula não respondeu de fato. O presidente brasileiro disse apenas desejar que “as Nações Unidas representem a geografia mundial do século 21” e que outros países sejam incluídos no conselho da instituição.

A jornalista insistiu: “O senhor fala sobre democracia. Por que, então, não condenar a Rússia por suas ações na Ucrânia com a mesma linguagem que o senhor usa contra Israel, por exemplo?” Ela perguntou também sobre a razão de o Brasil continuar, “alegremente”, a financiar a guerra na Ucrânia ao comprar diesel russo.

Em resposta, Lula afirmou que o Brasil foi o primeiro país a criticar a ocupação da Ucrânia, mas justificou a compra de petróleo russo pela necessidade energética. Segundo ele, “o Brasil não financia a Rússia”, apenas adquire petróleo, assim como fazem China, Índia, Inglaterra e Estados Unidos.

O petista aproveitou para retomar as críticas à ONU. “Se nós tivéssemos uma ONU funcionando corretamente, certamente essa guerra não teria acontecido.” Ele inseriu o conflito em Gaza na conversa. “Eu não acho que em Gaza tem uma guerra. Em Gaza tem um genocídio. Em Gaza tem um Exército altamente sofisticado matando mulheres e crianças”, disse a respeito das Forças de Defesa de Israel.

Crédito Revista Oeste

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