Papa Leão XIV rejeita classificação da guerra em Gaza como ‘genocídio’

A Santa Sé não considera que a definição seja adequada; o pontífice também alertou contra a insensibilidade diante de tragédias humanitárias

O papa Leão XIV afirmou que, oficialmente, a Santa Sé não considera que a guerra na Faixa de Gaza possa ser classificado como genocídio. Segundo o pontífice, embora o termo venha sendo usado com frequência crescente em relação à tragédia humanitária na região, “não podemos fazer nenhuma declaração nesse momento sobre isso”.

Em sua primeira entrevista desde a eleição, concedida ao portal Crux Now e publicada nesta segunda-feira, 22, o papa explicou que há uma definição técnica do conceito. “A palavra genocídio está sendo usada cada vez mais”, afirmou. “Há uma definição muito técnica sobre o que genocídio pode ser, mas cada vez mais pessoas estão levantando a questão, incluindo dois grupos de direitos humanos em Israel que fizeram essa declaração.”

Papa alerta sobre insensibilização à crise humanitária em Gaza

Apesar de descartar o uso oficial do termo, Leão XIV demonstrou preocupação com a situação humanitária no enclave. Ele destacou a necessidade urgente de ajuda médica e humanitária, em especial para as crianças, e lamentou a ausência de uma resposta clara da comunidade internacional, mesmo diante da pressão dos Estados Unidos e de declarações recentes do presidente Donald Trump.

O papa também alertou para o risco de a sociedade se tornar insensível diante da dor transmitida pelas imagens da Faixa de Gaza. “Isso é meio que uma resposta humana, porque você só suporta tanta dor; então o entorpecimento é uma forma de simplesmente anestesiar os nervos e dizer ‘não aguento mais’, para que aquilo pare.”

Ainda assim, o líder da Igreja Católica Romana insistiu em que os cristãos e a comunidade global não podem ignorar a crise e devem continuar a buscar soluções que revertam o quadro. “Acho que, certamente, os seres humanos — e, como resposta cristã — não podemos nos tornar insensíveis, nem podemos ignorar isso. De algum modo, temos de continuar a pressionar, a tentar provocar uma mudança ali.”

Crédito Revista Oeste

compartilhe
Facebook
Twitter
LinkedIn
Reddit

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *