Deputada federal licenciada segue presa na Itália e aguarda julgamento
Um relatório da Polícia Federal (PF) enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pode afastar a possibilidade de uma nova denúncia contra a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) pelos crimes de obstrução de Justiça e coação. Segundo o documento, tornado público nesta quarta-feira, 24, as declarações da parlamentar não se concretizaram em ações práticas que interferissem no andamento de processos judiciais no Brasil.
De acordo com a PF, apesar de Zambelli ter declarado publicamente que pretendia, ao viajar para a Itália, “promover atos de obstrução de Justiça similares”, tais intenções não se materializaram. O relatório destaca que as manifestações da deputada ficaram restritas ao ambiente on-line.
A PF avaliou que as publicações da deputada federal nas redes sociais não tiveram qualquer impacto concreto nas ações penais em curso no Brasil.
Moraes envia à PGR documento favorável a Zambelli
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, encaminhou o documento à Procuradoria-Geral da República. A partir de agora, o Ministério Público Federal tem 15 dias para se posicionar sobre a apresentar ou não uma nova denúncia contra a deputada.
Situação delicada da deputada
Zambelli está em prisão preventiva desde julho, na Itália. Ela viajou ao país europeu depois de ser condenada pelo STF a dez anos de prisão por supostamente ter ordenado o ataque hacker no sistema do Conselho Nacional de Justiça. A decretação da prisão se deu sob a justificativa de tentativa de fuga.
A deputada também enfrenta um processo disciplinar na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, que pode resultar na cassação de seu mandato. Em sessão virtual nesta terça-feira, 24, Zambelli se defendeu. Ela afirmou que se considera vítima de perseguição política.