Eduardo ainda criticou a flexibilização da proposta de anistia. Relator do projeto na Câmara se encontrou com líderes do PL na terça (30/10)
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) usou as redes sociais para comentar o projeto de anistia que tramita no Congresso Nacional. Ele afirmou, nessa quinta-feira (2/10), que flexibilizar a anistia “soa como suavizar a vida de ditadores que só respeitam o que temem”.
“A anistia é o mínimo, é a defesa tolerável da democracia. Querer flexibilizar a anistia soa como suavizar a vida de ditadores, que só respeitam o que temem. Sem anistia não haverá eleição em 2026”, escreveu Eduardo.
Na tarde de terça-feira, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto da anistia na Câmara, encontrou-se com lideranças do PL para abrir um diálogo sobre o texto.
O parlamentar tenta emplacar o PL da Dosimetria, que se limitaria a reduzir penas, na contramão da anistia, que prevê perdão amplo aos condenados pelas manifestações.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), esteve presente na reunião com Paulinho e Valdemar da Costa e frisou que a sigla não vai ceder mas está aberta ao diálogo. “Logicamente vamos continuar insistindo, pois a redução de penas não resolve porque as pessoas já pagaram um sexto dessas penas. O que cabe nesse caso é a anistia, mas nos jamais nos fechamos ao diálogo. Temos um grande respeito pelo trabalho que Paulinho vem fazendo”, disse.
Apesar do encontro com as lideranças do PL, Paulinho da Força afirmou que não é possível avançar com uma anistia. Para o parlamentar, a ideia é fazer um relatório com a média da opinião da Casa Baixa.
“Todos esses líderes acham que o trabalho de uma anistia ampla, geral e irrestrita vai ser barrada no STF. Nós ficariamos trabalhando 6,7 meses para voltar à estaca zero. Por isso acredito que é a redução de pena que vai pacificar o país […] Depois que ouvir todo mundo é só sentar e escrever o relatório”.
Em setembro, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados por uma suposta e infundada tentativa de golpe de Estado no país após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. A condenação foi por maioria: 4 a 1.
A pena fixada para Bolsonaro foi de 27 anos e 3 meses de prisão, inicialmente em regime fechado.