Ministro revela avanço de facções em condomínios do Minha Casa, Minha Vida

Jader Filho deve pedir apoio da Polícia Federal e do Ministério da Justiça para enfrentar o problema; senador Portinho cobra ação nacional e defende força-tarefa

O ministro das Cidades, Jader Filho, confirmou a existência de uma “epidemia” do controle de condomínios do programa Minha Casa, Minha Vida por facções criminosas. Ele deu a declaração nesta terça-feira, 7, na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado.

“É uma epidemia”, destacou o ministro. “Na minha primeira entrega de residenciais no Minha Casa, Minha Vida, houve um empreendimento na Baixada Fluminense em que minha assessoria não conseguiu entrar. Fui descobrir que a pressão partia do Comando Vermelho, que não permitia a entrada da Caixa e do Ministério das Cidades no residencial.”

Segundo Jader Filho, a presença de organizações criminosas em unidades habitacionais inibe a atuação do Estado, impede fiscalizações e ameaça moradores que se negam a seguir as ordens dos grupos.

Portinho cobra ação do ministro de Lula

Durante o debate, o líder do PL no Senado, senador Carlos Portinho (PL-RJ) cobrou que o governo adote uma força-tarefa federal, com envolvimento direto da Polícia Federal, para desarticular as facções que controlam empreendimentos financiados com recursos públicos.

“Se é recurso federal, a Polícia Federal tem que assumir a frente dessas investigações e da retomada desses condomínios — para o bem da Caixa Econômica, que perde dinheiro com isso. Isso ocorre no Rio de Janeiro, no Maranhão, no Ceará, no Pará e em todo o país”, afirmou Portinho.

Jader Barbalho Filho concordou com a proposta e disse que vai propor uma “ação conjunta” ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, para expulsar integrantes de facções criminosas e traficantes dos conjuntos habitacionais.

“Vamos tratar isso como prioridade”, sinalizou. “Não é possível que o Estado brasileiro invista bilhões em moradia popular e depois tenha o controle dessas áreas tomado por facções. O que estamos enfrentando não é um problema isolado. É um fenômeno que ameaça a política habitacional brasileira e a presença do Estado nas periferias.”

Crédito Revista Oeste

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