O terrorista Jihad al-Shamie, responsável pelo ataque à sinagoga de Manchester na semana passada, declarou lealdade ao Estado Islâmico durante uma ligação telefônica à polícia enquanto o atentado ainda estava em andamento, segundo revelaram investigadores antiterrorismo.
As autoridades britânicas informaram que o sírio de 35 anos, migrante residente no Reino Unido, ligou para a central policial e afirmou ter “matado dois judeus em nome do Estado Islâmico”. O ataque começou quando al-Shamie foi impedido de entrar na Heaton Park Synagogue, retornou com um carro, atropelou pedestres e depois tentou invadir o templo armado com uma faca.
Fiéis conseguiram se trancar no interior da sinagoga, e policiais chegaram sete minutos após o início do ataque, encontrando o agressor tentando quebrar uma janela para forçar a entrada. Al-Shamie foi morto a tiros no local. Um dos membros da comunidade judaica também morreu, atingido por uma bala que atravessou a porta do edifício.
Apesar de o agressor ter manifestado motivações jihadistas explícitas, a polícia britânica ainda evita classificar oficialmente o episódio como um atentado terrorista, afirmando que a investigação “segue em ritmo acelerado”.
Nos dias seguintes, vieram à tona novos detalhes sobre o passado de al-Shamie: ele mantinha três esposas, todas muçulmanas — duas delas convertidas britânicas — e teria ainda uma namorada adolescente. A bigamia é ilegal no Reino Unido. Uma das esposas foi presa por suspeita de envolvimento em atividades terroristas.
Segundo relatos, a primeira esposa teve três filhos com ele, enquanto outra afirmou ter sido estuprada diversas vezes, dizendo que o marido justificava o abuso com base em sua suposta permissão religiosa para manter “até quatro esposas”.