O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a pedir nesta quarta-feira (5) que os senadores republicanos encerrem a regra do filibuster — mecanismo que exige 60 votos no Senado para aprovar a maioria das legislações — em uma tentativa de pôr fim à mais longa paralisação do governo na história do país. A medida, se adotada, quebraria uma tradição de décadas e permitiria à maioria aprovar leis com maior facilidade.
“Precisamos reabrir o país. E a forma de fazer isso, ainda hoje à tarde, é acabar com o filibuster”, disse Trump aos senadores reunidos na Casa Branca para um café da manhã. “Talvez vocês não façam isso, e eu respeitarei sua decisão. Vocês são pessoas inteligentes, bons amigos, mas acredito que seria um erro tremendo”, acrescentou. “Na verdade, é hora de agir.”
Os republicanos têm maioria de 53 a 47 no Senado e 219 a 213 na Câmara. Embora Trump já tenha defendido antes o fim do filibuster, muitos parlamentares republicanos resistem, temendo que os democratas abandonem a regra caso conquistem o controle do Senado.
Durante o encontro, Trump minimizou a possibilidade de os democratas chegarem ao poder e argumentou que, sem o filibuster, os republicanos poderiam manter o controle ao aprovar legislações populares. O presidente também afirmou que a paralisação do governo — agora em seu 36º dia — afeta o mercado de ações, companhias aéreas e programas de assistência alimentar, e responsabilizou o impasse por perdas eleitorais republicanas em disputas estaduais realizadas na terça-feira.
A paralisação superou o recorde anterior de 35 dias, registrado durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021).





