A Comissão dos Estados Unidos para a Liberdade Religiosa Internacional (Uscirf, na sigla em inglês) criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e elogiou os governos de São Paulo e Goiás, liderados por Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ronaldo Caiado (União Brasil), respectivamente, no seu relatório sobre a liberdade religiosa pelo mundo em 2024, divulgado na terça-feira (18).
Os comentários sobre o Brasil foram feitos no trecho do documento que aborda o antissemitismo. A Uscirf fez referência à comparação que Lula fez entre o Holocausto e a ofensiva de Israel contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza, o que levou o governo israelense a declarar o petista persona non grata.
Por outro lado, a comissão elogiou os governos de São Paulo e Goiás por terem aderido à definição de antissemitismo da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), em compromissos assinados em 2024.
“Em fevereiro [do ano passado], o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva distorceu e inverteu o Holocausto, comparando a campanha militar de Israel contra o Hamas ao extermínio de judeus pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. Apesar dessa desinformação, os estados de Goiás e São Paulo endossaram a Definição de Trabalho sobre Antissemitismo da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto”, afirmou a Uscirf.
Este ano, o Brasil se retirou da IHRA, o que levou o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, a acusar Lula de ter revelado sua “verdadeira face como antissemita declarado e apoiador do Hamas”.
A Uscirf é uma agência independente e bipartidária do Congresso americano, que tem as funções de monitorar, analisar e relatar a situação da liberdade religiosa em outros países e fazer recomendações de política externa ao presidente, ao secretário de Estado e ao Legislativo com o objetivo de impedir a perseguição religiosa pelo mundo.
No documento de 96 páginas, a Uscirf incluiu Cuba e Nicarágua entre os países que recomenda que sejam designados como Países de Preocupação Especial (CPC), abrindo caminho para sanções, devido às violações da liberdade religiosa.
A comissão fez a mesma recomendação contra Irã, Nigéria e Rússia, entre outros países.





