O ex-procurador e deputado federal cassado pede que o dinheiro usado no aluguel seja devolvido integralmente aos cofres públicos
O ex-procurador e deputado federal cassado Deltan Dallagnol protocolou, na última terça-feira, 18, uma ação popular na Justiça Federal de Curitiba contra a União, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira-dama, Janja, e as empresas de locação do iate de luxo que hospedou o casal durante a 30ª Conferência das Nações Unidas para Mudança do Clima (COP30). As informações foram divulgadas primeiramente pelo portal Poder360.
O vereador André de Oliveira (Novo-SC), de Itapema, é coautor da ação, que questiona a escolha do Iana 3, um barco-hotel de luxo, em vez de uma embarcação da Marinha, que teria custo inferior. Segundo o documento, o valor diário da hospedagem chegou a R$ 5,3 mil. O governo Lula impôs sigilo sobre o custo total da estadia.
No processo, Dallagnol também aponta o elevado consumo de diesel do iate e a emissão de poluentes. “Lula disse que iria dar ao mundo um exemplo da ‘simplicidade amazônica’, mas, como sempre, deu foi um exemplo de hipocrisia: contratou um iate de luxo para ele e Janja e colocou os gastos sob sigilo, enquanto os brasileiros e estrangeiros tiveram que se virar com a falta de estrutura em Belém. A sociedade e a lei exigem que os gastos sejam divulgados.”
🚢 🛢️ Iate onde Lula está hospedado em Belém (PA), nos dias que antecedem a COP30, chega a consumir entre 120 e 150 litros de diesel por hora durante a navegação. pic.twitter.com/d8sAoM4GcA— République (@republiqueBRA) November 6, 2025
Entre os pedidos, a ação solicita que todos os contratos firmados com as empresas de locação sejam tornados públicos, a suspensão dos pagamentos e a devolução integral dos valores, corrigidos, ao erário. O ex-procurador sustenta que “o mau uso de dinheiro público seja ressarcido aos cofres públicos”.
Planalto justifica aluguel de iate para Lula e Janja
O Palácio do Planalto declarou que alternativas, como o uso de um barco da Marinha, foram consideradas, mas não atenderam aos requisitos. “A presidência buscou soluções que fossem adequadas para receber o presidente. O Iana 3 tem características típicas das embarcações regionais amazônicas”, disse a assessoria presidencial.
De acordo com levantamento publicado pelo Poder360, o Iana 3, modelo fabricado em 2010 e 2011, possui três andares, mede 45 metros de comprimento e 8 metros de largura, e conta com ar-condicionado nas cabines. O trajeto entre Manaus e Belém e o retorno consumiria pelo menos 4 mil litros de diesel, combustível considerado entre os mais poluentes.





