Gilmar Mendes diz que Brasil vive “normalidade” com autores do suposto golpe julgados

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o Brasil atravessa “um momento de normalidade” institucional após as condenações de acusados no processo da suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo ele, os desdobramentos recentes – como a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – são consequência de decisões já tomadas nas investigações iniciadas em 2023.

Gilmar afirmou que as instituições do país responderam a supostas tensões, o que evidencia a capacidade de funcionarem mesmo em momentos de crise.

“Pela primeira vez pessoas responsáveis por tentativas de golpe foram levadas ao tribunal e foram condenadas. […] A gente conta a história de um sucesso, a história de que as instituições foram capazes de evitar um golpe de Estado e trouxeram os responsáveis para as barras dos tribunais”, afirmou durante um evento do grupo Lide em Roma, na Itália.

Ainda durante a participação no evento, Gilmar Mendes ressaltou a opinião de juristas internacionais para sustentar seu argumento de normalidade democrática, frisando que essa análise externa reforça a legitimidade dos processos conduzidos pelo STF. Para ele, essas referências ajudam a consolidar a narrativa de que o Brasil atravessou uma turbulência sem romper o estado de Direito.

Ao comentar as indicações do governo, Mendes foi cuidadoso e afirmou que compete ao presidente da República encaminhar os nomes e ao Senado realizar a sabatina. Ele elogiou a atuação do advogado-geral da União, Jorge Messias, dizendo que “talvez ele tenha sido o interlocutor mais pronto por parte do governo”.

Essa articulação, segundo ele, mostra responsabilidade institucional com diálogo entre Executivo e Judiciário para manter o equilíbrio entre poderes. Mendes defendeu que as indicações no âmbito do governo não devem gerar ruído institucional se seguidas as normas constitucionais e o devido processo de nomeação.

Revista Gazeta do Povo

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