Roberta Maria Rangel integrou o quadro societário do escritório Warde Advogados em 2021
A advogada Roberta Maria Rangel, mulher do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), integrou a sociedade do escritório Warde Advogados, de Walfrido Warde, em 2021. Hoje, Warde é um dos defensores de Daniel Vorcaro no caso do Banco Master. A apuração é do jornalista Felipe Moura Brasil.
Na época, a banca tinha cerca de 24 sócios registrados no Cadastro Nacional de Sociedade de Advogados (CNSA) da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Roberta não aparece mais no quadro do escritório, segundo o site da Warde. Ela também já fez parte da defesa da empresa J&F, do grupo JBS.
Atualmente, a equipe também inclui Valdir Simão, ex-ministro da Controladoria-Geral da União, e Leandro Daiello, ex-diretor-geral da Polícia Federal, ambos como sócios.
Além de Walfrido Warde, a defesa de Daniel Vorcaro conta com os advogados Ciro Rocha Soares, Pierpaolo Cruz Bottini, Sérgio Leonardo, Roberto Podval, Daniel Romeiro e Stephanie P. G. Barani.
Outro defensor do banqueiro também acumula episódios controversos: Pierpaolo Bottini atuou na defesa da desembargadora Solange Salgado em um caso de fraude. Ela foi a magistrada que determinou a soltura de Vorcaro na semana anterior.
Toffoli determina sigilo máximo em processo de Daniel Vorcaro
O Supremo Tribunal Federal limitou drasticamente o acesso à ação apresentada pela defesa de Daniel Vorcaro, que contesta a operação da Justiça Federal de Brasília responsável por sua prisão. A medida foi tomada pelo ministro Dias Toffoli, que determinou sigilo máximo sobre o processo, tornando indisponível até mesmo dados básicos no sistema do STF, informou nesta terça-feira, 2, a coluna de Malu Gaspar, de O Globo.
Na quinta-feira 27, advogados de Vorcaro acionaram o STF com uma reclamação, argumentando que a Justiça Federal de Brasília não teria competência para conduzir as investigações. Os defensores também pediram a transferência do caso para o Supremo, por causa da apreensão de um contrato imobiliário que envolve o deputado federal João Carlos Bacelar (PL-BA).
O processo, inicialmente sob segredo de Justiça, passou a ter restrição ainda maior depois que a atuação da defesa veio a público. Segundo o STF, está previsto em resolução que cabe ao relator definir e, se necessário, alterar o grau de sigilo do processo a qualquer momento.
Com o novo sigilo, não é possível visualizar informações como as iniciais do autor, nomes completos dos advogados ou qualquer movimentação processual, incluindo novas petições e decisões. Apenas advogados das partes, o Ministério Público quando notificado e servidores do gabinete de Toffoli podem acessar o andamento.
Esse elevado grau de restrição gerou surpresa no Supremo, pois normalmente outros gabinetes podem acessar processos em segredo de Justiça, mas o sigilo máximo concentra o controle exclusivamente no gabinete do relator. O procedimento destoa do padrão, já que processos de delação, por exemplo, já tramitam sob sigilo.





