Petistas tentaram manobras para adiar votação, mas perderam queda de braço com o PL.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi eleito nesta quarta-feira, 6, presidente da Comissão de Educação da Câmara, por 22 votos favoráveis e 15 votos em branco. A decisão se deu após falhar a articulação de parte do PT, que tentava impedir que o parlamentar indicado pelo PL ocupasse o posto. Petistas alegam que o partido oposicionista teria quebrado um acordo estabelecido e feito a indicação de última hora para tentar barganhar com o PT pela vice-presidência no colegiado de Saúde.
A falha na articulação para a Comissão de Educação já havia se dado nos debates sobre o comando do principal colegiado da Casa. Apesar dos esforços do governo para impedir, o PL conseguiu eleger também Carol de Toni (PL-SC), uma destacada opositora, para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), responsável pela análise de todos os projetos em tramitação.
“Afastado da Câmara por licença-paternidade, Nikolas gravou um discurso prévio, divulgado após a votação na Comissão de Educação. Em seu pronunciamento advogou por diversas pautas, incluindo o homeschooling, e argumentou que a pluralidade de ideias será promovida nos debates.
“Como presidente, vamos realizar várias audiências, vamos fazer subcomissões, além de fiscalizar a educação no atual governo. Vamos fazer uma comissão bastante plural no sentido de debate de ideias”, disse.
Apesar dessa derrota do PT as articulações continuam.
“Nos bastidores, PT e PL estão em negociações para que ambas as siglas possam indicar o primeiro-vice-presidente das comissões de Educação e Saúde, respectivamente. A presidência da Comissão de Saúde ficará a cargo do petista Dr. Francisco (PI).
Durante a reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e outros líderes partidários, um acordo nesse sentido foi formalizado.
Petistas ouvidos pela reportagem reservadamente alegam que a manobra que acabou permitindo que o nome do PL ficasse no comando da Educação seria para garantir controle na Comissão de Saúde, que é dona, com sobras, do maior repasse com as emendas de comissão turbinadas em 2024. O PT, que a comanda, será responsável por destinar R$ 4,5 bilhões. A definição pelas vice-presidências ficou para a próxima semana.