(foto: Exército / Divulgação)
Valor é referente a pagamentos de benefícios típicos da carreira militar e direitos trabalhistas adquiridos ao longo de 42 anos de serviço
O comandante do Exército, general Tomás Paiva, recebeu R$ 770 mil em fevereiro e março a título de ajuda de custos e indenizações pecuniárias. Os pagamentos abarcam benefícios típicos da carreira militar e direitos trabalhistas adquiridos ao longo de 42 anos de serviço.
Realizaram os repasses em três ordens bancárias distintas, emitidas entre 6 de fevereiro e 27 de março, a primeira delas duas semanas após a designação do novo comandante do Exército, com a demissão do general Júlio César de Arruda pelo presidente Lula (PT).
O maior pagamento, de R$ 388,9 mil, se refere a indenizações pecuniárias por férias não tiradas e outros benefícios típicos da carreira –entre eles, a licença especial a que militares tinham direito, até o início do século, de tirar seis meses de férias a cada dez anos trabalhados. Se o militar não tirasse o descanso, ele receberia em dobro o salário referente aos meses da licença.
Segundo o Exército, Tomás teve direito ao montante por ter férias atrasadas de 2022, férias não tiradas em 2019, 2020 e 2021 e não ter aproveitado a licença especial quando ainda estava em vigor.
O segundo maior pagamento custou R$ 304,1 mil aos cofres públicos. Previsto em lei, o benefício é uma “ajuda de custo” concedida aos militares sempre que um oficial ou praça vai para a reserva remunerada.
O valor é calculado em oito vezes o salário bruto do último posto que o militar ocupou (R$ 38 mil, como general quatro estrelas), livre de impostos.
Forças Armadas
Generais relataram à Folha de S.Paulo, sob reserva, que o benefício foi conquistado e ampliado pelas Forças Armadas diante de reclamações sobre supostos prejuízos que a carreira teria. Entre eles, o de militares não terem acesso ao FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).
Criaram o fundo para garantir recursos aos trabalhadores de carteira assinada em caso de demissão, como uma alternativa à estabilidade no emprego. Por isso, servidores públicos em regime estatutário não têm direito ao FGTS.
O último pagamento, além do salário, recebido por Tomás na transição para o comando do Exército foi uma ajuda de custo de R$ 77 mil para se mudar de São Paulo, onde chefiava o Comando Militar do Sudeste, para Brasília.
O valor se refere a duas vezes o salário do militar no momento de sua movimentação na carreira, sem contar as remunerações eventuais recebidas mensalmente.
Além dos repasses que somam R$ 770 mil, o general Tomás acumulará o salário bruto de R$ 17 mil como comandante do Exército com o montante relativo à reserva remunerada, isto é, o valor integral de seu último salário (R$ 38 mil). Esse último benefício exclusivo de militares permaneceu em vigor mesmo com a reforma da Previdência aprovada em 2019.
Exército
Em nota, o Exército afirmou que todos os pagamentos feitos a Tomás estão previstos em leis e normas infralegais, como decretos e portarias.
“O Centro de Comunicação Social do Exército esclarece que, no caso em questão, se o oficial-general indicado para o cargo de comandante da sua respectiva Força estiver na ativa, será transferido para a reserva remunerada, quando empossado no cargo”, disse.
Além de Tomás, o general Júlio César de Arruda recebeu R$ 568,4 mil ao assumir o Comando do Exército, no fim de dezembro de 2022.
Como a Folha de S.Paulo revelou, generais e militares de altas patentes inflam seus salários usando recursos destinados à ajuda de custo de movimentações, pois os valores repassados se baseiam na remuneração dos militares e tendem a superar os gastos com as mudanças.
O Alto Comando do Exército realizou a última movimentação de militares no final de março, após decisão tomada em uma reunião em meados de fevereiro. Foi a primeira alteração no topo de hierarquia realizada sob o comando do general Tomás Paiva.
As trocas intercalaram mudanças que já estavam previstas nas gestões passadas (Júlio César de Arruda e Freire Gomes) e outras novas, feitas sob medida para o objetivo de Tomás de reforçar o papel apartidário da Força.As movimentações atingiram 75 generais, incluindo 11 dos 15 generais quatro estrelas (topo da carreira). Desse total, 45 oficiais já receberam recursos de ajuda de custo que somam R$ 4,3 milhões –média de quase R$ 100 mil por general
A dança das cadeiras é natural da carreira militar e costuma ocorrer a cada dois anos. Há, porém, casos de generais que trocaram de cargo em menos de um ano e acumularam ajudas de custos.
Ministério da Defesa
O Ministério da Defesa paga cerca de R$ 1 bilhão por ano em despesas com as movimentações de militares, segundo dados do orçamento da pasta.
Esse valor se refere apenas ao distribuído quando um militar muda de posto em qualquer uma das Forças Armadas, excluindo a transição para a reserva.
Em 2022, destinaram a maior parte do recurso ao Exército (R$ 615 milhões).
O governo ainda pagou R$ 279 milhões em movimentações de militares da Marinha e mais R$ 145,2 milhões para integrantes da Aeronáutica.
Respostas de 5
Esse é um PNC
O Brasil vai descendo a ladeira e os “privilegiados” nem ligam. E dane-se o pobre!
O + ‘ legal’ disso tudo é q as figuras, no caso de recebimento de ‘atrasados ‘, não pagam IR!!! País de palhaços,mesmo! Bananil!
Quanto ganha um soldado?
A história ensina, que a única forma de ocorrer uma transformação positiva em uma nação é através de uma guerra cívil. Por meio dela, o país pode ser depurado de todos os seus males! Infelizmente, para o Brasil, somos um povo que caminha encurvado, com às calças na mão, e que admite até beijar às mãos de um bêbado e ladrão!