O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados mais próximos receberam com desconfiança o suposto vazamento de áudios de Mauro Cid criticando a Polícia Federal e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Nas gravações que a revista Veja divulgou, Cid critica a maneira como a PF conduziu seu interrogatório durante a colaboração premiada, sugerindo que o pressionaram a corroborar uma “narrativa pronta”.
Em uma das gravações, ele afirma: “Eles já estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade, eles queriam que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu?”
Adicionalmente, em outro trecho, Cid comenta sobre Moraes, dizendo que “ele é a lei”, enfatizando sua autoridade para prender e soltar conforme sua vontade.
Cid confirmou a veracidade dos áudios a interlocutores, descrevendo-os como um “desabafo” compartilhado com um amigo, cujo nome não recordava no momento.
Para Bolsonaro e seus aliados, o conteúdo e a forma dos áudios sugerem que Cid e sua equipe de defesa podem ter “orquestrado” a divulgação das gravações.
Contudo, a defesa de Cid afirmou em nota que os áudios seriam “clandestinos”, mas enfatizou que seu conteúdo não vai além de um desabafo pessoal em um momento de dificuldade e angústia. Os advogados destacam que não endossam o conteúdo dos áudios e que estes não comprometem a integridade de sua colaboração premiada.