Maduro pretende apresentar um projeto de lei ao Legislativo para combater o “fascismo”, em resposta aos protestos da oposição contra seu governo.
No domingo (24), a vice-presidente, Delcy Rodríguez, fez a declaração.
Maduro anunciou a criação de um Alto Comissariado de Estado contra o “Fascismo e o Neofascismo” para apresentar à Assembleia Nacional um projeto de lei contra essas expressões na política e na vida nacional
“Isso é uma resposta aos atos de violência que o país sofreu em 2014, 2015 e 2017”, acrescentou a vice-presidente. Os atos aos quais ela se refere são manifestações contra o governo de Maduro. Centenas de pessoas morreram.
Segundo Rodríguez, os protestos tiveram “graves consequências para a economia, a soberania e a integridade territorial do país comprometidas por fatores extremistas que tomaram conta do parlamento venezuelano, em 2015, para despojar a Venezuela dos seus recursos e criar desestabilização interna”.
Como justificativa para a criação da lei, a vice-presidente citou o crescimento de movimentos “fascistas” em outros países: “Tendo em conta a situação internacional, cuja paz e estabilidade estão ameaçadas por expressões neofascistas que apodrecem nos centros de poder que servem o norte global”.
“Na Venezuela, nem o fascismo, nem o neonazismo passarão”, concluiu.
Maduro Candidato para Terceiro Mandato, Oposição Enfrenta Restrições e Prisões
Maduro está se candidatando para seu terceiro mandato consecutivo como presidente da Venezuela nas eleições marcadas para 28 de julho. Ele tem estado no poder desde 2013 e, se reeleito, permanecerá no cargo por mais seis anos, até 2030.
O prazo para confirmar os candidatos que participarão da eleição termina nesta segunda-feira (25 de março). A Justiça venezuelana proibiu María Corina Machado de concorrer e ela indicou a professora e filósofa Corina Yoris como sua substituta
As autoridades prenderam Henry Alviarez, presidente do partido de oposição Vente Venezuela, e a ex-deputada Dignora Hernández por supostas ligações com planos violentos para as próximas eleições. No total, sete membros do partido foram detidos.
EM OUTUBRO DE 2023, a Venezuela chegou a um acordo com a oposição, mediado pelo Brasil, Estados Unidos, México, Holanda, Rússia e Colômbia. O acordo estabeleceu parâmetros para as eleições presidenciais no país vizinho. Entre as disposições está o convite a outros países para observar o pleito, atualização dos registros eleitorais e garantia da liberdade de imprensa.
NICOLÁS MADURO, de 61 anos, presidente da República Bolivariana da Venezuela, lidera um regime autocrático que não assegura liberdades fundamentais. Ele mantém pessoas presas por “crimes políticos”.
Relatórios da OEA apontam restrições devido à nomeação ilegítima do Conselho Nacional Eleitoral por uma Assembleia Nacional considerada ilegítima, e preocupações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos em múltiplas ocasiões
Uma resposta
Parece que a oposição apresentou um novo candidato. Mas, com toda certeza ele será preso ou morto. Triste o nosso destino ao imaginarmos nosso futuro.