Foto - Flckr/ Ismael Francisco/ CELAC Cuba
Os missionários estavam detidos há mais de dois meses, sem acesso a advogados ou familiares
Na quinta-feira (28), o Judiciário da Nicarágua condenou 11 pastores do ministério americano Mountain Gateway por lavagem de dinheiro.
Os líderes ministeriais estavam detidos há mais de dois meses, sem acesso a advogados ou familiares.
Eles receberam condenações de 12 a 15 anos de prisão e terão que pagar multas individuais superando os US$ 80 milhões. A Nicarágua vive sob o regime ditatorial de Daniel Ortega.
Segundo a Aliança em Defesa da Liberdade (ADF Internacional), no julgamento, o governo não apresentou provas da ilegalidade ou origem dos fundos supostamente “lavados”. Apesar disso, tomaram a decisão a portas fechadas no Complexo Judicial Central de Manágua.
“Ninguém está a salvo da perseguição religiosa na Nicarágua”, afirmou Kristina Hjelkrem, advogada da ADF. “É devastador ver as falsas acusações, julgamentos e condenações destes pastores e líderes ministeriais que simplesmente partilhavam a sua fé e serviam os cidadãos do país.”
A ADF Internacional pediu à Comissão Interamericana de Direitos Humanos que a Nicarágua assegure os direitos à saúde, à vida e à integridade física dos pastores presos durante o julgamento.
Nicarágua é um dos países que mais perseguem cristãos
A Nicarágua está entre os 50 países da lista mundial de perseguição aos cristãos publicada pelo Portas Abertas, organização que presta assistência a cristãos perseguidos em todo o mundo.
O Portas Abertas descreve o tipo de perseguição da Nicarágua como “paranoia ditatorial”. “Cristãos são presos e condenados arbitrariamente”, explica o Portas Abertas. “O objetivo é calar os cristãos e fazê-los perder credibilidade diante da população.”
Em outubro de 2023, o regime de Ortega extinguiu a ordem dos Frades Menores Franciscanos e outras 16 organizações ligadas à Igreja Católica e a denominações evangélicas.
Com isso, a ditadura socialista tomou os bens e imóveis das organizações. O Diário Oficial do regime apresentou como justificativa que as entidades não informaram fontes de financiamento e detalhes de doações.
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