Dentro do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vê-se como iminente a saída de Jean Paul Prates da liderança da Petrobras
Acredita-se que o presidente se encontrará com o CEO da empresa para anunciar a decisão em breve.
A iminência da saída de Prates é tão grande que alguns membros do governo já estão se mobilizando para indicar o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, para a posição.
De acordo com o Poder360, o governo já sondou Mercadante, que por enquanto recusou a proposta, alegando que Prates ainda ocupa o cargo e não seria apropriado aceitar a posição neste momento.
No entanto, nos bastidores, o presidente do BNDES já está se movimentando em direção ao cargo, segundo o Poder360. Um grupo dentro do governo apoia essa ideia e defende Mercadante como a melhor opção.
Considera-se insustentável a permanência de Prates na liderança da Petrobras. Ele solicitou uma reunião com Lula para discutir a situação, mas ainda não definiram a data.
Segundo o site, Prates está descontente com a falta de apoio de Lula diante dos ataques que tem sofrido de membros do governo, principalmente do ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia). Ele ameaça renunciar se não receber mais apoio do Planalto.
O CEO tem expressado a aliados que está chegando ao seu limite e deseja que Lula intervenha a seu favor. No entanto, do lado do Planalto, esse apoio parece improvável e ninguém acredita que Prates permanecerá no cargo até o final do mandato de Lula, em dezembro de 2026.
Prates ironizou
Nesta quinta-feira (4), Jean Paul Prates, o presidente da Petrobras, fez uma postagem sarcástica no X (antigo Twitter), sobre a possibilidade de deixar a empresa. Na mensagem, ele menciona que sua agenda está sempre ocupada.
Ele compartilhou a imagem de uma conversa de WhatsApp em que alguém pergunta: “Jean Paul vai sair da Petrobrás?”
Outra pessoa, então, responde: “Acho que após às 20h02. Vai pra casa jantar… E amanhã, às 7h09, ele estará de volta na empresa, pois sempre tem a agenda cheia.”
— Jean Paul Prates April 4, 2024
Prates, CEO da Petrobras, tem enfrentado pressões de setores do governo que desejam sua saída. Silveira e Rui Costa (Casa Civil) têm criticado sua gestão desde o ano passado. O silêncio de Lula tem sido interpretado como um apoio velado a Costa e Silveira.
Prates e o ministro de Minas e Energia têm tido vários confrontos desde o ano passado. Inicialmente, as disputas eram sobre questões técnicas, como a reinjeção de gás natural nos poços de petróleo da empresa, mas as relações se tornaram mais tensas com o tempo.
O momento mais tenso ocorreu no mês passado, quando os representantes do governo no Conselho de Administração da Petrobras rejeitaram a distribuição de dividendos extraordinários, seguindo a orientação de Silveira e Rui Costa.
Naquela ocasião, Prates se absteve da votação e tentou negociar uma distribuição dos dividendos. No entanto, foi derrotado e desautorizado por Lula. Sua atitude foi interpretada como uma falta de alinhamento com a direção que o governo deseja para a Petrobras.
Em uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo na quarta-feira (3.abr.2024), Silveira minimizou o conflito com Prates. O ministro afirmou que as disputas entre o Ministério de Minas e Energia e o presidente da Petrobras são “naturais” em todos os governos e que, apesar de respeitar Prates, nunca renunciará à sua autoridade sobre o setor energético brasileiro.