Foto - André Borges/EFE
Em Guarulhos, o petista afirmou que não pode se calar “diante de aberrações”, mas não mencionou a morte do brasileiro Michel Nisenbaum.
O presidente Lula (foto) voltou a criticar Israel neste sábado, 25, por sua atuação na Faixa de Gaza.
Durante discurso na inauguração de obras na rodovia Dutra, em Guarulhos, Grande São Paulo, o petista afirmou que não pode se calar “diante de aberrações”, mas não mencionou a morte do brasileiro Michel Nisenbaum pelo grupo terrorista Hamas.
No final de sua fala, Lula pediu solidariedade ao povo palestino e responsabilizou Israel pelas mortes em Gaza.
“Quero pedir para vocês uma solidariedade às mulheres e crianças que estão morrendo na Palestina por conta da irresponsabilidade do governo de Israel, que continua matando mulheres e crianças”, disse.
O Exército de Israel confirmou na sexta-feira que o brasileiro Michel Nisenbaum, mantido refém pelo Hamas em Gaza, foi encontrado morto.
A postura de Lula
Sobre a verdadeira postura de Lula, eis o que disse a sobrinha de Michel, Ayala, a Felipe Moura Brasil, em depoimento incluído em seu documentário “O trauma de Israel”:
“Minha mãe e a filha dele foram ao Brasil em dezembro [de 2023]. Foram encontrar com Lula e ele [Lula] prometeu a elas que faria tudo para trazê-lo de volta, com todos os reféns. E, obviamente, eles não estão aqui. Nada sabemos a respeito dele. Eu não vejo isso [ajuda do governo Lula]. Não há reação, obviamente. Desde dezembro, nada ouvimos de Lula ou do governo… nada. Ele [Lula] prometeu algo. Ele [Michel] é brasileiro, nasceu no Brasil. Realmente tivemos esperança depois que minha mãe esteve lá em dezembro. Ela disse: ‘Ele [Lula] me disse que o avião dele está só esperando por Michel.’ Ele faria de tudo para ajudar… Estamos em maio agora, já passaram mais de quatro meses desde que minha mãe esteve lá. Não ouvimos nada dele, nada de Lula. Não sabemos nada de Michel, não sabemos se ele está vivo ou não. Nada.”
Representante das famílias de reféns também foi ignorado
O professor Rafael Azamor, coordenador de estudos judaicos do ensino médio da escola Liessin e representante das famílias de reféns no Brasil, confirmou no Papo Antagonista de segunda-feira, 20, ter sido ignorado pela gestão petista, após o encontro de dezembro:
“Desde então, eu faço essa interlocução para as famílias, falo diretamente com a mãe da Ayala, com a irmã do Michel e com a filha, e elas vêm, desde o início do ano, me cobrando se a gente tem alguma posição. Ao entrar em contato com o senador [Jaques Wagner, do PT], não obtive respostas. Ao entrar em contato com o gabinete dele, deixei diversos recados e não obtive respostas. E nós aqui acabamos tendo que dar essa informação para a família: não temos resposta do governo, positiva ou negativa.”