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Diretor da Conab, responsável pelo leilão do arroz, é exonerado

Neste sábado (22) o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), confirmou a exoneração do diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Thiago José dos Santos, responsável pelo leilão de compra de arroz importado.

A demissão de Santos acontece após as revelações de que, além de ser o ex-assessor Neri Geller – secretário de Política Agrícola que foi demitido em 12 de junho – também é sócio do filho dele em uma empresa. Geller foi desligado do ministério um dia após a anulação do certame para a compra de 263,3 mil toneladas de arroz.

O leilão teve quatro empresas vencedoras, sendo que três delas não tinham experiência neste tipo de negociação. A empresa que ficou responsável por entregar metade da importação foi Wisley A. de Sousa LTDA, conhecida como supermercado “Queijo Minas” em Macapá, no Amapá.

O governo federal sustenta a necessidade de realizar um leilão para importação de arroz por conta das enchentes no Rio Grande do Sul, estado que produz 70% do arroz no Brasil e que já havia colhido 80% da safra antes dos desastres naturais.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, confirmou, neste sábado (22), ter solicitado a exoneração do diretor de Operações e Abastecimento Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Thiago José dos Santos.

“Vou mandar o pedido [de demissão] para o conselho de administração da Conab na segunda-feira (24)”, disse o ministro. Ainda segundo Teixeira, a decisão foi acordada com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

Thiago é conhecido como o “diretor do arroz” e foi assessor do ex-Deputado Federal Neri Geller, também demitido na semana passada da Secretaria de Política Agricultura do Ministério da Agricultura após a polêmica envolvendo irregularidades no leilão do arroz, que acabou sendo anulado pelo governo federal.

Em meio às suspeitas de fraude, Neri Geller disse que colocou o cargo à disposição. A demissão ocorreu após a revelação de que o ex-assessor e sócio de Geller, Robson França, atuou como corretor no leilão posteriormente anulado.

Fontes do setor informaram que, pelas regras do mercado, a comissão no negócio pode ultrapassar o valor de R$ 5 milhões.

França trabalhou no gabinete de Geller junto com Thiago dos Santos.

Procurado para comentar o assunto, Santos se limitou a dizer que não foi informado sobre decisão do ministro. O diretor também afirmou que já foram realizados mais de 400 leilões sob as mesmas regras, e que o leilão do arroz foi o 47º deste ano.

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