Gary Oztemel admitiu culpa em acordo com a Justiça norte-americana
O empresário norte-americano Gary Oztemel confessou sua participação em um esquema de pagamento de propina a executivos da Petrobras. A admissão ocorreu em 24, quando ele assinou um acordo com a Justiça dos Estados Unidos.
De acordo com o site Poder360, o empresário afirmou ter auxiliado seu irmão, Glenn Oztemel, a subornar executivos da petrolífera brasileira para garantir contratos com uma empresa norte-americana. Ele reconheceu a violação da Lei de Práticas de Corrupção no Exterior em troca da retirada de três acusações na Justiça de Connecticut, Estado na costa nordeste dos EUA.
Em fevereiro do ano passado, o Departamento de Justiça dos EUA iniciou a investigação que revelou o esquema dos irmãos Oztemel. As autoridades suspeitam que, de 2010 a 2018, pagamentos se deram para favorecer contratos da Petrobras com até duas empresas norte-americanas.
No acordo judicial, Oztemel admitiu ter realizado transações superiores a US$ 10 mil para atividades ilegais. De acordo com ele, os subornos apareciam como bonificações por serviços de consultoria e comissões. Eduardo Innecco, ítalo-brasileiro, também é alvo de investigação.
Até o momento, a Petrobras não se pronunciou a respeito da denúncia feita por Gary Oztemel.
Lava Jato, Petrobras e diferentes decisões no Brasil e no exterior
Desde janeiro, a Justiça dos EUA encontrou outras irregularidades que envolvem a Petrobras. Em junho, um recurso da estatal foi rejeitado em um processo por fraude e tentativa de ocultação de corrupção investigada na Operação Lava Jato.
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O fundo EIG Management processou a Petrobras depois de investir mais de US$ 221 milhões na Sete Brasil, criada em 2010 para exploração de petróleo. O fundo alegou prejuízo de US$ 221 milhões com a exposição dos esquemas de corrupção, levando os credores a se retirarem do projeto.
Em maio, a empresa de commodities suíça Trafigura se declarou culpada em um caso de corrupção na Petrobras. A companhia concordou em pagar US$ 127 milhões em um acordo judicial.
Apesar dos processos nos EUA, a Justiça brasileira tem seguido um caminho diferente em relação à Petrobras e à Lava Jato. O Supremo Tribunal Federal (STF), por exemplo, tomou ao menos oito decisões favoráveis aos investigados na operação este ano.