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Defesa pediu ainda que fosse instaurado um processo administrativo contra Clyton Eustáquio Xavier
Os advogados de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, acionaram a Polícia Federal (PF) para pedir a suspeição do delegado da PF Clyton Eustáquio Xavier, que conduz os dois processos administrativos contra Torres. Xavier é presidente da Segunda Comissão de Disciplina da Corregedoria-Geral.
O pedido, feito na quinta-feira 4, foi realizado com base em um acontecimento entre o delegado e Torres, que ocorreu em maio de 2021. Na ocasião, o então ministro da Justiça exonerou Xavier do posto de diretor de Operações da Secretaria de Operações Integradas da PF.
De acordo com a defesa de Torres, isso comprometeria a independência e a isonomia de Xavier, agora investigador. “A posição do Sr. Clyton no cargo de DAS 101.5 do Ministério da Justiça ― do qual foi exonerado por Anderson ―, lhe garantia uma significativa vantagem patrimonial de quase R$ 14 mil mensais”, argumentaram os advogados na ação.
“É razoável e natural reconhecer, sobretudo quando a posição é de grande destaque no governo federal, que a exoneração tem o condão de gerar, no agente exonerado, inequívoco sentimento de contrariedade e antipatia pelo agente que o exonerou”, continuou a defesa. Segundo os advogados de Torres, o delegado teria um interesse pessoal que poderia prejudicar Anderson Torres.
A defesa levantou suspeitas sobre a atuação de Xavier. Para eles, seria estranho o ex-ministro ter sido indiciado 24 horas depois de seu interrogatório no inquérito que apura os atos de vandalismo que ocorreram em 8 de janeiro, em Brasília.
“É forçoso reconhecer que o relatório e suas conclusões já estavam prontos antes mesmo da oitiva do acusado”, continuou a defesa. “O interrogatório, aliás, não foi sequer considerado no indiciamento.”
Os advogados pediram ainda que fosse instaurado um processo administrativo contra Xavier. Além disso, que ele, no mínimo, deveria ter informado os superiores sobre sua exoneração quando Anderson Torres era ministro.