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O movimento Black Lives Matter fez duras críticas ao Partido Democrata por “ungir” a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, sem primárias
O movimento de esquerda Black Lives Matter (Vidas Negras Importam, na tradução para o português) fez duras críticas ao Partido Democrata por “ungir” a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, como candidata à presidência sem deixar que os eleitores se manifestassem a favor ou contra a indicação nas primárias, como aconteceu com Joe Biden.
O BLM – sigla do movimento – demonstrou insatisfação com o endosso do mandatário democrata fora do sistema próprio para os eleitores decidirem um nome para concorrer em novembro. A organização de esquerda exigiu do Comitê Nacional Democrata a organização de uma primária virtual antes da convenção de agosto.
“Não vivemos em uma ditadura. Delegados não são oligarcas. […] Qualquer tentativa de fugir ou anular a vontade dos eleitores em nosso sistema primário — não importa o histórico do candidato — deve ser condenada”, declarou o grupo nesta terça-feira (23), por meio de um comunicado.
Fazendo menção à provável candidato democrata, o BLM disse ainda: “instalar Kamala Harris como a indicada democrata e uma vice-presidente desconhecida sem nenhum processo de votação pública tornaria o Partido Democrata moderno um partido de hipócritas. Isso minaria sua credibilidade em questões relacionadas à democracia”, afirmou o grupo.
“Se Kamala Harris for a indicada, deve ser por meio de um processo que defenda os princípios democráticos e a participação pública”, declarou o BLM.
Joe Biden, que é o nome escolhido para concorrer nas eleições de novembro pelo partido, anunciou sua desistência no domingo (21), endossando Harris para assumir seu lugar.
Nesta terça-feira, Harris afirmou que conseguiu apoio suficiente de delegados para garantir a candidatura.
Para obter a indicação em primeira votação, um candidato à presidência pelo Partido Democrata precisa do apoio de pelo menos 1.976 delegados de um total de 4.000 com os quais a legenda conta.
Essa “certeza”, no entanto, é apenas uma promessa de apoio dos delegados, já que eles podem mudar de opinião até a convenção que a legenda fará em agosto e na qual se saberá quem vai concorrer à presidência.
Harris não se tornará oficialmente a candidata presidencial democrata até que os delegados votem formalmente em uma votação nominal virtual que deverá ser concluída em 7 de agosto.