Edmundo González, em uma pesquisa privada da Delphos e da Universidade Andrés Bello, aparece com 59,1% de intenção de voto. O Ditador Maduro vem em seguida, com 24,6% do total.
Os venezuelanos estão se preparando para votar em uma eleição presidencial no domingo, na qual, segundo diversas pesquisas, o candidato opositor Edmundo González lidera as preferências com até 34 pontos de vantagem sobre o presidente Nicolás Maduro.
Embora o Ditador tenha dito que o país tem o sistema eleitoral mais transparente do mundo, a oposição e analistas dizem que as decisões das autoridades eleitorais, desde o pessoal das mesas até o design da cédula, foram tomadas com a intenção de confundir os eleitores e criar obstáculos na hora de votar.
Segundo relatado pela Voz de América, em uma pesquisa da Delphos junto com o Centro de Estudos Políticos e de Governo da Universidade Católica Andrés Bello, o candidato opositor aparece com 59,1% de intenção de voto. Maduro segue com 24,6%, enquanto Benjamín Rausseo, humorista e empresário, está em terceiro com 1,4%, e o político Antonio Ecarri, do partido Lápis, ocupa a quarta posição com apenas 1%.
Cronograma eleitoral
As eleições presidenciais serão realizadas em 28 de julho. Trata-se de uma votação na qual se vence por maioria simples. É a primeira desde 2013 em que a oposição participa, pois em 2018 não participou por considerar que não havia condições para eleições limpas. Maduro, ex-vice-presidente que foi o sucessor escolhido por seu falecido mentor Hugo Chávez, está no poder desde 2013 e busca seu terceiro mandato de seis anos.
Seu governo tem visto um agudo deterioro econômico e social. Os Estados Unidos voltaram a impor sanções petrolíferas em abril, acusando Maduro de não cumprir os acordos alcançados com a oposição para garantir eleições livres.
O opositor
González, de 74 anos e ex-diplomata, membro de longa data da oposição, mas de perfil discreto, é conhecido por seu comportamento tranquilo. Inicialmente foi registrado como substituto em março, depois que nem a vencedora das primárias da oposição, María Corina Machado, nem seu suplente puderam se registrar, antes de ser nomeado candidato definitivo em abril.
Machado tem feito campanha a favor de González e os dois têm utilizado uma retórica emocional, inclusive sobre os migrantes que possam voltar para suas casas, quando falam para grandes multidões em toda a Venezuela.
O que eles prometeram?
Maduro, cujo rosto aparecerá nas cédulas eleitorais de 13 partidos, diz que garantirá a paz e o crescimento econômico que tornarão a Venezuela menos dependente das receitas petrolíferas.
Ele sempre negou as acusações de autoritarismo e passou grande parte de sua campanha inaugurando infraestrutura social. González afirmou estar comprometido em realizar uma transição que permita o retorno dos exilados ao país e a libertação dos presos políticos. Durante a campanha, Machado expressou seu apoio à privatização da petrolífera PDVSA e outras empresas públicas, além de criar um programa de assistência social.
Uma presidência de Machado também criaria um plano de reestruturação de subsídios, considerando que a maioria dos recursos da política social está focada não em investimentos em projetos, mas na entrega de pagamentos em dinheiro depositados mensalmente para grande parte da população.
A agenda durante a semana
A campanha termina oficialmente na quinta-feira. Alguns membros da oposição ainda temem que o lugar de González na cédula possa ser retirado ou que ele possa enfrentar uma proibição de ocupar um cargo público. A oposição também denunciou as detenções de alguns membros de seu pessoal e aliados, incluindo a prisão e posterior libertação do chefe de segurança de Machado.
No momento, além de González, mais nove candidatos, cada um com apoio mínimo, também estão na cédula. Muitos são vistos pela oposição como apoiadores do governo.
