Foto - EFE/Miguel Gutiérrez
Jorge Pizarro relatou que foi retido no aeroporto de Caracas e que autoridades da Venezuela disseram que vão deportá-lo
Um jornalista da Argentina denunciou que foi impedido de cobrir a eleição presidencial do próximo domingo (28) na Venezuela e que autoridades do regime de Nicolás Maduro disseram que vão deportá-lo.
Jorge Pizarro disse em entrevista à emissora onde trabalha, a rádio Rivadavia, que ao chegar nesta quinta-feira (25) ao Aeroporto Internacional Simón Bolívar, na região metropolitana de Caracas, foi separado dos outros passageiros na fila do setor de Imigração.
O jornalista relatou que em seguida foi interrogado por dez pessoas diferentes, que lhe fizeram as mesmas perguntas (como origem, profissão, onde trabalha em Buenos Aires). Depois, foram tiradas 14 fotos dele em “poses diferentes”, seu passaporte foi retido e ele foi levado para uma sala isolada.
Lá, segundo Pizarro, foi obrigado a gravar um vídeo falando as mesmas informações que havia dado no interrogatório. “Gravei [um vídeo de] quase oito minutos. Mostrei as passagens, o voucher do hotel, o [comprovante do] sistema de saúde privado que a rádio me contratou, absolutamente tudo em ordem”, disse o jornalista.
Pizarro afirmou que uma funcionária da Imigração lhe disse que o hotel onde o jornalista tinha quarto reservado “não existe” e que ele demorou “uma hora” para provar que o estabelecimento “é real”.
“Imagina como é o aeroporto, o setor de Imigração… montaram um curralzinho e me deixaram ali parado por três horas. Depois me levaram para outra parte do aeroporto e lá me deixaram sentar. Até que chegou uma pessoa e me disse que, por não cumprir os requisitos para entrar no país, vão me deportar”, disse Pizarro, que relatou que no momento da entrevista aguardava o voo de volta para Buenos Aires.
Nessa provação, que ao todo somou seis horas, Pizarro não pôde tomar água ou remédios, nem “praticamente” ir ao banheiro.
Segundo informações do jornal La Nacion, a Associação de Entidades Jornalísticas Argentinas (Adepa, na sigla em espanhol) criticou em comunicado a atitude do regime chavista.
“Exigimos que as autoridades venezuelanas autorizem sem condicionamentos a entrada de Pizarro e todos os jornalistas enviados a esse país para cobrir as eleições do próximo domingo”, afirmou a entidade.