Presidente foi criticado por declaração e Alexandre Padilha diz que Brasil “não é um país onde o presidente manda no partido”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na 3ª feira (30.jul.2024) que o PT (Partido dos Trabalhadores) tem autonomia para reconhecer a vitória do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido de Venezuela, esquerda), na eleição de domingo (28.jul).
“Eu acho que o PT fez o que tem de fazer. O PT não tem de pedir para o governo para fazer as coisas. O PT é um partido que tem autonomia, embora seja o meu partido, não precisa pedir licença para mim”, declarou Lula em entrevista à TV Centro América.
Em nota, divulgada na 2ª feira (29.jul), o PT “saúda o povo venezuelano pelo processo eleitoral” e diz que o pleito foi uma “jornada pacífica, democrática e soberana”.
“É importante que o presidente Nicolás Maduro, agora reeleito, continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida danos por sanções ilegais”, diz o partido.
Lula também declarou “estar convencido” de que foi um processo “normal”, mas disse que é preciso esperar os dados eleitorais completos e que estes sejam consagrados como verdadeiros para reconhecer o resultado.
O CNE (Conselho Nacional Eleitoral), órgão venezuelano controlado pelo regime chavista, tem até a até 6ª feira (2.ago) para divulgar as informações.
PADILHA NEGA INTERFERÊNCIA DE LULA
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), afirmou nesta 3ª feira (31.jul) disse que o PT tem autonomia e que o Brasil “não é um país onde o presidente manda no partido ou o partido manda no presidente”.
“O PT tomou uma posição que cabe ao partido tomar. Não sou eu nem o presidente Lula que vai comentar a posição”, disse em entrevista ao programa “Bom Dia Ministro”.
Segundo ele, o presidente teve uma “postura correta” ao esperar a divulgação das atas.
“A postura do Brasil foi decisiva para ter eleições na Venezuela, foi decisiva para que a oposição pudesse participar das eleições e essa postura que presidente da República tem que ter para inclusive poder participar do processo”, disse.